Interessantes conclusões foram alcançadas, designadamente: o telemóvel será a nível global o equipamento preferencial para ligação à net; haverá um aumento da transparência das organizações e das pessoas; o reconhecimento de voz e mecanismos de “touch” prevalecerão no uso da internet; as relações sociais sofrerão grandes mudanças em virtude da indiferenciação crescente entre “tempo pessoal” e “tempo profissional” e entre “realidade física” e “realidade virtual”, entre outras.
Os resultados alcançados por esta pesquisa são suficientes para compreendermos o quanto, no domínio político e da organização democrática, os dirigentes dos Estados, das Administrações e dos partidos políticos terão de evoluir.
Tudo “trocado por miúdos” significa, por exemplo, que os esforços assinaláveis para introduzir medidas de “e-gov” na administração pública portuguesa, através da desmaterialização de processos e da visibilidade na internet por via de sites será insuficiente se não for dado o passo para a mobilidade. Isto é, hoje não estar na net é não existir, amanhã não poder aceder-se via telemóvel é pior um pouco.
Mas ao mesmo tempo que tecnologicamente as arquitecturas dos sistemas se preparam para a mobilidade, os cidadãos ficam com o poder de via-telemóvel escrutinarem os seus eleitos e as administrações públicas. É uma espécie de controlo democrático 24/7, que exige maior transparência, maior informação e maior exigência.
Por outro lado, hoje mesmo, fruto da confusão já existente entre o que é real e o que é virtual, é inevitável os protagonistas políticos estarem presentes nos dois domínios. Deputado ou Ministro que não tenha blogue, não esteja registado no “Facebook” ou no “Twitter” e não faça “up load” no “You Tube” perderá na capacidade de comunicar e na relação de proximidade. Vejam-se, a este propósito, as opções recentes do Presidente da República, com certeza fortemente inspirado em Obama!
(Publicado no Jornal OJE)