sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

DEMOCRACIA DIGITAL (VI)

Os novos eleitores estão para os partidos políticos como os novos clientes estão para as empresas: são muito apetecíveis e, além disso, determinantes para fixar a moda. Isto, em ano eleitoral, tem particular acuidade.

Os “digital natives” ou geração do milénio são todos os que, actualmente, têm entre 18 e 22 anos. Isto é, votarão este ano pela primeira vez. Inaugurarão o respectivo poder-dever de cidadania. Importa, pois, estar atento. É que esta franja etária representa, em Portugal, 6,8% do total de eleitores. Mais do que suficiente para ganhar ou perder, ter ou não maioria absoluta, ser ou não eleito Presidente de Câmara, Deputado ou Eurodeputado.

No espaço europeu os “digital natives” ou novos eleitores variam entre os 5,9% da Itália, os 7,6% da Holanda, os 8,1% do Reino Unido e os 9,4% da Polónia. Números nada desprezíveis.

Estes dados são tão mais interessantes de analisar quanto é sabido que na faixa dos 16 aos 24 anos (reporte a 2006) 96% acede pelo menos uma vez por semana à internet, o que significa uma mudança radical de paradigma.

A Web passou a representar um novo espaço dedicado a inéditos modelos de trabalho, de diversão, de informação, de percepção do Mundo. Tudo é, hoje, para os “digital natives” colaborativo e global. Este novo rumo levanta, assim, novos desafios para os actores políticos e, em particular, para os partidos.

As velhas sessões de esclarecimento, os clássicos jantares de lombo assado ou mesmo os fastidiosos congressos fazem inelutavelmente parte da história. Agora, a militância faz-se na net. Aí se apresentam as novas ideias, se discutem moções, se angariam apoiantes e se ganha a confiança. Ou, ao invés, se pode perder tudo isso!

Os “Digital Natives” organizam, à distância de um clic, uma conversação entre dezenas ou centenas de participantes, partilham informação entre redes de milhares de amigos, colaboram globalmente e, por via de um motor de pesquisa, podem aceder a mais informação em 3 segundos que milhões de pessoas em dezenas de anos. Isto é poder!

Obviamente, os “Digital Natives” assumem preponderância eleitoral quanto mais jovem for a sociedade em que se inserem, mas em países envelhecidos como Portugal podem ser o pequeno grupo que fará a grande diferença.

PUBLICADO NO JORNAL OJE

SURFAR NA NET

Experimente escrever a palavra “surf” num qualquer motor de pesquisa da internet e verá que o resultado condiz com o respeitável número de 119.000.000 de possibilidades. Impressionante, não? Mais ainda se compararmos com os meros 85.100.000 para “rugby” ou os 5.570.000 para “windsurf”. Claro está, que apenas podemos colocar “tags” cuja redacção seja comum à maioria dos idiomas.

Apesar de tudo, o repto lançado visa tão-somente confirmar o peso crescente que a Web tem na vida de quem gosta ou pratica surf, assim como o crescimento das comunidades surfistas no espaço global.

É pacificamente aceite que a esmagadora maioria dos adeptos e surfistas tem, hoje, na internet uma aliada de peso; afinal de contas, quem sai de casa – ainda que “o pico” fique a escassos 100 metros – sem observar as previsões do “swell” ou a temperatura do ar e da água? Quem nunca buscou inspiração para manobras mais arriscadas nos vídeos do top ASP? Quem nunca desejou fazer “upload” das fotos daquela surfada inesquecível na Indonésia? Diria que só mesmo os que ainda lá não foram…

O desafio, então, será ao longo das próximas edições da “Free Surf Magazine” descobrirmos o que a internet nos oferece de mais especial. Meter o olho em curiosidades e desvendar segredos dos e para os “cibersurfistas”.

Como o nosso povo ensina – e bem – que “é de pequenino que se torce o pepino”, assim como não há pai ou mãe surfista que não sonhe um dia partilhar com a cria a mesma onda, a nossa primeira sugestão vai para um site dedicado à pequenada: o www.surferbaby.com.

Este site é, sobretudo mas não exclusivamente, uma mega “surf-shop on line” dedicada a bebés e crianças. Porém, impressionante a diversidade de equipamentos, vestuário e apetrechos ligados ao surf que foram criados para os mais pequenos. Ou melhor, diria mesmo, para os pais dos mais pequenos, cuja paixão por este desporto acaba por levar à projecção nos respectivos filhos dos seus desejos e sonhos.

Uma coisa é certa qualquer campeão começa a “construir-se” muito cedo. Cada vez mais cedo. É, pois, natural que as marcas compreendam este processo evolutivo e antecipem em termos etários a oferta disponível. Afinal, é fantástico ver, por exemplo no Rio de Janeiro com grande frequência, crianças com 4 ou 5 anos a aprender a surfar. Em Portugal, este nicho de mercado está ainda por explorar, apesar da crise…

O reconhecido ensaísta francês do séc. XVI, Montaigne, escreveu que “a mais útil e honrosa ciência e ocupação da mulher é a ciência dos cuidados domésticos”. Talvez no tempo dele, pois, nada de mais errado nos dias que correm!

A emancipação feminina não chegou apenas aos bancos das faculdades. Entrou já mar adentro, por isso aqui fica uma menção especial a dois dos muitos sites dedicados ao surf no feminino. O www.surfergirls.com e o www.womenssurfstyle.com comprovam que a coragem não é apenas um atributo nosso, dos homens. Na verdade, Elas, associam à força um sentido estético e uma beleza incomparáveis quando no “outside”.

As mulheres ditam a moda. E o surf passou – por muito que não gostem alguns “velhos do restelo” – a estar na moda. Se dúvidas houvesse bastaria atentar no investimento criativo que as mais relevantes marcas de surf têm feito nos produtos femininos (roupas, pranchas, fatos,…) Em alguns torneios até salões de beleza na praia já foram montados…

Tempos houve em que as miúdas iam para a praia ver o “lourinho de cabelo comprido” apanhar ondas; hoje, começam, em muitas ocasiões, Eles a esperar na areia a última “dropada” do “borrachinho” para meter dois dedos de conversa. Não haja dúvidas, o tempo é no feminino e o surf (ainda bem, acrescento eu) não escapa à onda!

PUBLICADO NA FREESURF MAGAZINE

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A IMPORTÂNCIA DOS DETALHES

Os países mais desenvolvidos são, regra geral, mais atentos às ditas “pequenas coisas”, que podem influenciar de modo determinante o bem-estar colectivo. Isto significa que nem sempre os grandes anúncios e projectos coincidem com a satisfação do maior número de necessidades.
Mesmo nas artes os detalhes são quase o exclusivo dos grandes criadores. O elemento distintivo.

Vem isto a propósito de duas situações de que tomei recentemente conhecimento e que me parecem verdadeiras aberrações civilizacionais num país que se deseja moderno.

A primeira: quando é sabido o elevadíssimo número de crianças que esperam em instituições de acolhimento pela oportunidade de uma família adoptiva, eis que a lei determina que apenas podem candidatar-se casais com, pelo menos, quatro anos de comprovada vida em comum. Mais estranho ainda quando a própria lei permite a adopção individual, mas que raramente é conferida por sinistras avaliações psico-sociais…

Ora, a questão, desde logo, é qual o racional para este prazo de vida em comum? Por que não antes um, dois, três ou cinco anos? Se a questão é de estabilidade a análise é puramente subjectiva, pois casamentos ou uniões com 20 anos têm desgaste superior a outras de 1 ano e, por isso mesmo, menos preparadas para adoptar.

Eis, pois, uma sociedade que não é solidária quando permite que crianças permaneçam anacronicamente institucionalizadas em vez de as entregar a casais transbordantes de amor e carinho para dar, que crescem na razão directa da infertilidade.

E, a segunda situação: estão clinicamente comprovadas as qualidades do leite materno para o bebé por comparação com o leite industrial. É, igualmente, conhecido o número crescente de mães que, pelas mais diversas razões, não produz leite, devendo socorrer-se das alternativas existentes no mercado.

Ora, o absurdo é precisamente em Portugal não existir um banco para doação de leite materno por parte de quem tem em excesso, destinando-se, assim, a auxiliar quem carece e, sobretudo, os nascimentos precoces. Não há uma maternidade ou hospital preparados para receber algo tão simples quanto leite materno. A alternativa é o desperdício por um lado e desespero de quem não tem por outro.

Em suma, os pormenores são muitas vezes considerados insignificantes, prescindíveis e negligenciáveis, quando, na verdade, creio serem prova de modernidade.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A MAIOR FELICIDADE DO MUNDO


Create Fake Magazine Covers with your own picture at MagMyPic.com


DEMOCRACIA DIGITAL (V)


Esta semana, a Anacom anunciou que, em Portugal, a banda larga móvel se tornou líder nos acessos à Internet com 2,4 milhões de utilizadores no final de 2008, contra 1,68 milhões nos acessos fixos. Significativo.

Ora quer isto dizer que a mobilidade veio para ficar. Não pode, pois, desprezar-se mais o conceito de “M-Democracia”, ou seja, a adaptação de serviços e conteúdos, designadamente pelos poderes públicos, destinados a computadores portáteis, pda´s e telemóveis.

Poderemos começar a falar numa espécie de “m-gov”, versão avançada do “e-gov”, por via do qual os governos disponibilizam informação e serviços de interesse público por via de tecnologia destinada a aparelhos de elevada mobilidade. Acresce, que a relevância do acesso “a qualquer hora e local”, através de pontos “wireless” ou “hot spots” – espaços de acesso inalâmbrico (wifi) – também passa a ser vital e estratégico nesta caminhada.

Considerando que este ano o número de “notebooks” – pequenos portáteis tipo-“Magalhães” – cresceu exponencialmente e que a esmagadora maioria dos cidadãos tem telemóvel (até mais do que um!) fica demonstrado que tudo quanto seja conteúdo definido pelos governos e administrações públicas (mas não apenas) direccionado para aqueles veículos tecnológicos terá uma taxa de adesão e utilização muito significativas.

Bastará atentarmos no número de “horas-mortas” que passamos semanalmente – seja nos transportes públicos ou nas intermináveis filas de trânsito – para compreender o efeito-útil que a acessibilidade móvel à informação passa a ter, seja para quem a recebe ou emite. Imagine-se a comodidade de uma “loja do cidadão” disponibilizada no telemóvel!..

Parece-me, aliás, e não estará muito longe de suceder, que o único caminho para atalhar o aumento de abstenção e de desinteresse pela coisa pública é levar a discussão aonde os cidadãos estão. Se eles estão no outro lado da rede, acedendo via telemóvel ou por portátil, então é aí que a democracia se deve passar a construir também. Por que não a votação de referendos ou outros actos eleitorais via telemóvel? Há mil formas de garantir a segurança e de superar a questão da presencialidade do voto (mms por exemplo).

Finalmente, há ainda fossos no processo de info-inclusão das TIC. Estão identificados os que continuam de fora: os mais idosos, mais rurais, mais pobres. Porém, curiosamente, este modelo de exclusão não se repete quando falamos de telefonia móvel, por que não aproveitar essa vantagem para reforçar a democracia?
PUBLICADO NO JORNAL OJE

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

IMAGINE CUP 09 - MARIA CAVACO SILVA

A Primeira-Dama, Drª Maria Cavaco Silva, concedeu o seu Alto Patrocínio ao Imagine Cup - o maior concurso mundial de ideias inovadores lançado pela Microsoft. Esta edição é dedicada aos "Objectivos do Milénio" das Nações Unidas e o desafio lançado aos jovens portugueses é o de criarem soluções tecnologicamente inovadoras que permitam contribuir para construir um Mundo melhor.

Hoje ocorreu o lançamento público da edição portuguesa que a 19 de Maio culmina com a designação da equipa portuguesa que representará o país na grande final.

Os portugueses têm capacidades e habilidades tantas vezes desconhecidas, que despontam neste tipo de eventos. Vejamos onde poderemos chegar este ano.

REPUGNÂNCIA


As declarações do Cardeal D. Saraiva Martins são vergonhosas e repugnantes:


- “A homossexualidade não é normal”

- "Deus “criou o ser humano, criou o homem e a mulher”.“É o texto literal da Bíblia, portanto esse é o princípio sempre professado pela igreja”

- “quando se juntam dois homossexuais, eles ou elas, se há crianças, evidentemente, aquela união, aquele casamento, não pode providenciar a formação das crianças”.
- "muita cautela e prudência nos casamentos com muçulmanos"
- “É absolutamente necessário que antes de uma pessoa, por exemplo uma senhora, casar com um muçulmano, ter a certeza de que vai poder continuar depois do matrimónio a professar a sua fé cristã”.


Podíamos prosseguir. Melhor será ficar por aqui. É grave o suficiente. O senhor em causa é um dos dois cardeais portugueses com assento no Vaticano e um dos dois cardeais portugueses que participou no Concílio que elegeu o Papa Bento XVI. Estamos esclarecidos!


Por estas e por outras a Igreja não mobiliza consciências, está desfasada do tempo, os seus locais de culto estão cheios de ar onde outrora havia fé. É mau, nos tempos que correm, ter uma instituição destas tão fragilizada e tão distante dos problemas deste Mundo.


A igreja é cada vez mais parte do problema, distanciando-se da solução.

PRÉMIOS DE PRODUTIVIDADE

Hoje, os jornais noticiavam que o Ministro das Finanças decidiu atribuir prémios aos funcionários do Fisco pelos excelentes resultados obtidos em 2008: um encaixe extraordinário de receitas fiscais. Parece-me bem! Acho, aliás, que o reconhecimento é o corolário lógico de qualquer modelo assente no mérito.

Apesar de tudo, ao ler a notícia lembrei-me de duas situações:

1. Existe uma instituição do ensino superior, em Portugal, que decidiu, igualmente, atribuir aos seus colaboradores prémios de produtividade, creio mesmo que provenientes exclusivamente das receitas próprias (logo, excluídos os subsídios públicos) e que se viu envolvida numa "guerra jurídica" despoletada pelo Tribunal de Contas. Desvios legais ou a eterna sina de uma país que ainda não compreendeu a importância da avaliação e do mérito!?...

2. Por acaso não deveria o Ministro das Finanças premiar igualmente quem proceder ao reembolso de impostos em prazo curto e/ou evitar expressamente grosseiros erros jurídicos a propósito de pagamentos indevidos ao Estado?...No limite, deveriam ser penalizados os que assim actuassem. Afinal o mérito e o demérito são faces de uma mesma moeda!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

INTERNET E ELEIÇÕES

Barack Obama utilizou, até hoje como ninguém, as novas tecnologias e, em particular, a internet para alcançar a vitória nas últimas eleições presidenciais. Cedo compreendeu que existe um número muito significativo de cidadãos que não participa nos modelos eleitorais tradicionais, designadamente os mais jovens.

O alheamento de muitos não significa, todavia, desinteresse cívico, mas antes desconforto com uma forma cínica de fazer política que apresenta soluções “chave na mão” e que não suscita a participação genuína.


Muitos dos que votaram pela primeira vez nos Estados Unidos – e foram determinantes na vitória de Obama – discutem política, debatem os grandes temas da actualidade e criticam as principais opções dos actores partidários. Sim! Mas fazem-no em fóruns até aqui desconhecidos dos políticos tradicionais. Fazem-no na internet, sobretudo nas redes sociais em que se agrupam por interesses comuns.


Os políticos tradicionais vão agora tentar, sempre em vésperas eleitorais, aderir a estes novos areópagos tecnológicos, mas vão ficar à porta, porque é essencial “ser um entre iguais” para ouvir e ser ouvido. Há quem vá chegar muito tarde. Outros, como em tudo na vida, vão receber os louros do pioneirismo. Os que já lá estão. Como Obama.


A este propósito, vale a pena ler uma entrevista ao “El País” de Chris DeWolfe, cofundador do “My Space”, uma das mais poderosas redes sociais da Web, em que explica o poder político da “Geração do Milénio”: a que lê poucos jornais e quase não vê televisão, mas que “respira” a informação da net e que sente poder contribuir para a mudança.~


E Chris DeWolfe apresenta dados surpreendentes: 45% dos utilizadores do “My Space” têm mais de 35 anos. Não falamos de adolescentes, mas de gente madura e, em muitos casos, com poder real de influência, capacidade económica e níveis elevados de educação. Se levarmos ainda em consideração que nas Presidenciais Americanas 1 (um) milhão de utilizadores seguiam Obama pelo “My Space” percebemos facilmente o poder político deste admirável mundo novo.

E, eis que surge mais um dado novo: as plataformas móveis são o futuro. Isto é, o telemóvel será muito em breve o acesso privilegiado às redes sociais. O mesmo é dizer que o número de utilizadores aumentará exponencialmente, assim como a possibilidade de “estar ligado”. Tudo somado equivale a dizer que o controlo democrático pelos cidadãos será mais estreito, os governos devem estar preparados para interagir por meios destes novos ambientes tecnológicos e os políticos têm que participar activa e genuinamente nestes espaços.

BEAUTIFUL DAY

domingo, 15 de fevereiro de 2009

MARISA MONTE


Esta tarde estive a rever um DVD da Marisa Monte. Fantástico. Recordei o concerto em Setembro de 2006, no Coliseu dos Recreios.


Fica a imagem para memória futura.

O PLEBISCITO A SÓCRATES

José Sócrates foi eleito com 96,43% dos votos, tendo-se registado 2,79% de votos em branco e 0,76% nulos.

O resultado é inequívoco e esclarecedor. Dá algum conforto a Sócrates, que nos últimos tempos tem estado debaixo de fogo. Porém, a curiosidade é ver o que fará o Secretário-Geral do PS com tamanha votação: o mesmo do passado, mantendo inalterado o status quo? Ou, ao invés, vai abrir o partido a uma nova geração e a novos protagonistas (à semelhança de Zapatero) preparando um novo fôlego e um novo rumo governativo para Outubro próximo.

Sócrates tem todos os ingredientes à sua disposição para marcar a diferença. Deve saber fazer a unidade de facto, partilhando espaços. Deve evitar a tentação da mensagem fácil em torno dos temas fracturantes, que resultam conjunturalmente mas não respondem às expectativas que sempre soube gerar em torno de si mesmo.

Acho, não obstante, que vai ficar tudo na mesma. É pena. Há dois anos atrás não era preocupante. Hoje, se assim acontecer, é decepcionante e, sobretudo, terá um custo político elevado.

A ver vamos.

RECORDAR LAS VEGAS E CIRQUE DU SOLEIL

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ESTUDO SOBRE COMPORTAMENTOS DOS TUGAS

Ouça aqui uma síntese do estudo da Microsoft.

65% dos portugueses prefere namorar através de programas de mensagens instantâneas
Estudo revela que 41% dos portugueses já declarou o seu amor a partir de programas como Windows Live Messenger

No século XXI, o mundo digital tornou-se um local para o amor, com 6 em cada 10 (65%) portugueses a admitirem que preferem ‘teclar’ nos serviços de mensagens instantâneas do que falar presencialmente;

41% dos portugueses já declarou o seu amor, pelo menos uma vez, através dos programas de mensagens instantâneas e 48% admitem que o utilizam para ‘flirtar’

Mais de 67 milhões de pessoas (33%) na Europa, Médio Oriente e África encontraram o amor na Internet, com 5 milhões de relações (7%) a originarem casamento e 19 milhões (28%) resultando em relações(a) de longa duração

A seta de Cupido irá atingir tanto os portugueses que não têm recursos financeiros para celebrar o dia de S. Valentim este ano, como os que continuarão a desembolsar para satisfazer a sua cara metade. 35% dos inquiridos não prevê gastar dinheiro com o Dia dos Namorados e 49% dos portugueses inquiridos irá celebrar este dia da mesma forma que comemorou em 2008, não poupando nos festejos, mesmo com a crise financeira.(b)

Os gastos com o Dia dos Namorados irão cair quase 8% em relação ao ano anterior em toda a Europa Médio Oriente e África, baixando de uma média de €85 gastos por pessoa para €77. A queda mais acentuada será verificada em Espanha, com uma redução de 45% nas despesas, seguida por Israel (-22%) e Itália (-18%).(3)
Porto Salvo, 12 de Fevereiro 2009 - Mais de metade dos portugueses (65%) prefere namorar online através de programas de mensagens instantâneas do que presencialmente. Esta é a conclusão de um estudo recente realizado pela divisão Windows Live da Microsoft em 16 mercados da Europa, Médio Oriente e África, incluindo Portugal, sobre as experiências e os comportamentos de mais de 78.000 pessoas, realçando algumas das técnicas para encontros amorosos e “namoricos” no século XXI.
Tendo em conta o crescente papel das redes sociais de comunicação, a Internet é agora, de acordo com este inquérito, a segunda forma mais popular de conhecer novas pessoas, com um quarto (26%) dos portugueses a concordarem que é uma excelente forma de conhecer potenciais interessados num novo amor. A Internet é ultrapassada apenas pela possibilidade de conhecer pessoas novas ‘através dos amigos’ (59%), que continua a ser a opção universal favorita.
A popularidade do romance pela Internet está a crescer rapidamente. A Turquia, a Suécia e a África do Sul têm o maior número de apaixonados online, tendo mais de 4 em cada 10 pessoas encontrado o amor pela Internet nestes países, em comparação com os 32% recolhidos em Portugal.
No total, aproximadamente 67 milhões de pessoas (33%) na Europa, Médio Oriente e África, encontraram o amor online, com 5 milhões de relações (7%) a originarem um casamento estável e 19 milhões (28%), relações românticas de longa duração(d). Mais de um terço (37%) dos ciber-casais tiveram histórias de amor de curta duração mas continuaram bons amigos. Apenas 2% das relações baseadas na Internet resultaram em divórcio.
Amor no Ciberespaço
Mais de metade (55%) dos Europeus e 48% das pessoas que vivem em Portugal utilizaram o Windows Live Messenger para ‘flirtar’ com alguém. ‘Flirtar’ através de um serviço de mensagens instantâneas é uma ocupação particularmente popular nos países do norte da Europa, como a Noruega (84%), a Holanda (82%) e a Suécia (71%). Por outro lado, a Arábia Saudita (35%), a Bélgica (36%), a Espanha (39%) e a Itália (42%) são os países menos ‘namoradeiros virtuais’.
Cerca de 65% dos inquiridos em Portugal afirmaram que preferem ‘galantear’ nos serviços de mensagens instantâneas porque é um método menos intimidativo do que fazê-lo cara-a-cara, enquanto que 23% dos portugueses preferem criar respostas românticas online porque este método lhes proporciona tempo para serem criativos.
A maioria das pessoas de toda a Europa (66%) admite que considera mais fácil ‘flirtar’ através dos serviços de mensagens instantâneas do que cara-a-cara, sendo os sul africanos quem mais prefere este método para namoriscar (78%), seguidos de perto pela Arábia Saudita (77%), Turquia (76%) e Irlanda (72%). Dizer ‘Amo-te’ pela primeira vez nunca é fácil, por isso não surpreende que 1 em cada 3 pessoas tenha declarado o seu amor por alguém através de um serviço de mensagens instantâneas, como alternativa a fazê-lo presencialmente. Holanda (61%), Dinamarca (42%), Portugal (41%) e Espanha (40%) lideram a lista dos que mais dizem ‘Amo-te’ no ciberespaço.
Romance em tempo de recessão
O Dia de S. Valentim é tradicionalmente uma celebração que leva a gastos cada vez mais expressivos, mas com os consumidores a apertar o cinto este ano, o romance poderá ficar relegado para segundo plano. As pressões financeiras podem ser um factor de problemas nas relações: apesar de 82% das pessoas abrangidas pelo estudo internacional afirmarem que nunca discute devido a questões relacionadas com dinheiro, 1 em 10 (11%) acabaram recentemente uma relação ou divorciaram-se devido às pressões financeiras e 8% estão a procurar aconselhamento para resolverem dívidas.
Infelizmente, a seta de Cupido irá certamente falhar os 13 milhões de Europeus (5%)(e) que não têm possibilidades económicas para celebrar o Dia de S. Valentim este ano. 1 em cada 10 pessoas vê-se obrigada a reduzir as despesas à medida que os gastos com o lar representam uma fatia cada vez maior do orçamento devido à crise económica. Menos de metade (49%) dos portugueses irão celebrar o Dia de S. Valentim este ano como normalmente fariam.
Além disso, as despesas com o dia de S. Valentim irão cair quase 10% em toda a Europa relativamente ao ano de 2008, caindo de uma média de €75 gastos por pessoa para €68(f). Os apaixonados mais afectados serão os espanhóis, com uma redução de 45% nos gastos com presentes, seguidos por Israel (-22%) e Itália (-18%)(g). A Dinamarca continua a ser o país mais gastador no Dia de S. Valentim, com uma média de €109 gastos em gestos românticos, enquanto que os apaixonados em Portugal poderão sentir-se muito mais limitados, com apenas uma média de €77 gastos.
Mas nem tudo são más notícias. Em média, os homens portugueses irão gastar mais dinheiro do que as mulheres neste Dia de S. Valentim: os homens pretendem gastar uma média de €100, ao passo que as mulheres irão gastar €66.

DEMOCRACIA DIGITAL (IV)

Na passada semana, em Lisboa, Don Tapscott, autor do “bestseller” “Wikinomics” e um dos “cyber gurus” do momento, dizia que a internet e, em particular, as redes sociais estavam a substituir a televisão num processo inexorável, conduzindo a novos modelos familiares, sociais e educativos. E, acrescento eu, políticos.
Um estudo actual da “Childwise”, organização de pesquisas de mercado, mostra que “mais de um terço das crianças britânicas entrevistadas disseram que não poderiam viver sem os seus computadores. O YouTube é o site preferido dos jovens entre os 5 e 16 anos, seguido por redes sociais”. Curiosa e cumulativamente, e Don Tapscott também sublinhou este detalhe, “a maioria dos jovens continua a dedicar várias horas por semana a actividades físicas”. Ou seja, é mesmo a televisão que está em perda de “share” e de influência.

Não por acaso, a casa real britânica cedo compreendeu a importância de estar próxima dos súbditos mais jovens, regra geral os mais descrentes nas virtudes do regime monárquico, que nos últimos anos foi perdendo consistência e apoios populares. Foi, assim, criado no “You Tube” o “The Royal Channel” e, esta semana, apresentada publicamente a nova versão do site oficial da monarquia britânica (http://www.royal.gov.uk/). Quem disse que as monarquias são atávicas?..

Estamos, pois, a assistir a uma mudança radical no paradigma da comunicação e da informação. Até aqui a televisão exerceu um papel-chave na difusão de mensagens; ora, factos actuais comprovam que as audiências estão mais ligadas à World Wide Web e, em especial, presentes nos sites de relacionamento social e de partilha de vídeos.

Para as marcas comerciais, assim como para as mensagens políticas provindas de governos ou de entidades públicas, há um desafio de adaptação ao novo meio. Nesta fase há ainda uma convivência de modelos, por isso os canais televisivos recorrem a ferramentas e conteúdos da Web para alimentar as respectivas edições noticiosas.

Mas, por outro lado, o “ciber-jornalismo” é a expressão máxima de uma nova relação com a notícia, em que o público, até aqui destinatário passa a ser autor. Isto significa que o controlo da mensagem – que tanta tinta faz correr no universo democrático – é cada vez mais difícil, obrigando os actores (comerciais/públicos) a estar crescentemente presentes na net, onde estão clientes/eleitores. É, pois, natural que os próximos “tempos de antena” passem no “You Tube” e, quiçá, editados pelos próprios militantes e simpatizantes…

PUBLICADO NO JORNAL OJE

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

DEMOCRACIA DIGITAL (III)

Contrariando de algum modo o espírito desta coluna de opinião, assim como as evidências resultantes da recente campanha eleitoral americana, a Princeton University Press publicou o livro “The Myth of Digital Democracy “ de Matthew Hindman.

O autor, professor universitário de ciência política, tenta equacionar (ou talvez mesmo destruir) a percepção colectiva de que a internet fomenta a participação cívica e aumenta o poder político dos cidadãos. Hindman chega, pois, a conclusões interessantes e contra-corrente: a internet mantém o poder de intervenção nas elites e não ampliou a “political voice” para audiências globais.

É, de facto, interessante analisar que a infra-estrutura em que assenta a internet não é igualitária, ou seja, nem todos têm o mesmo acesso à navegação. Depende tanto do grau de info-inclusão do utilizador como da velocidade no acesso. Daqui já resultam discrepâncias enormes.

Por outro lado, e mais relevante ainda, os motores de busca são ferramentas que aumentam as diferenças entre utilizadores e o fosso entre a informação disponível e a alcançada. Isto é, por razões tantas vezes comerciais os internautas são conduzidos para resultados pré-definidos.

Basta atentar no modo como funciona o motor de pesquisa com maior quota de mercado mundial…

Na verdade, ao procurarmos determinadas informações são-nos sugeridos resultados que, as mais das vezes, nem equacionamos tomando-os como válidos. A validade assenta em “campeões de clicks”… Em suma, a opinião global é moldada por critérios que não dominamos. A ausência de transparência afecta, neste particular, a força democrática da net.

Por outro lado, Hindman refere, ainda, que as mensagens afixadas em blogues com impacto político efectivo têm apenas audiências qualificadas e não de massas, pelo que o alcance transformador democrático pode ser duvidoso. Talvez…mas a verdade é que passou ainda pouco tempo para se passar do perfil internauta-consumidor ao internauta-produtor.

“Ciberapartheid” é um conceito que surge no livro para descrever uma dispersão de conteúdos na internet, que tenderia a prejudicar o sentido de “bem comum ou interesse geral” na web. Ora, em bom rigor, os exemplos de activismo cívico e de cooperação por causas comuns são imensos.

Apesar de tudo, é interessante perceber que há quem se dedique ao contraditório de uma tendência inelutável, porquanto esse alerta só serve para melhorar e aprofundar o uso das tecnologias da informação como ferramentas democráticas.
Publicado no OJE

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

The Boy in the Striped Pyjamas

Numa altura em que o Papa decide lamentável e inexplicavelmente reabilitar um Bispo que negou a existência do Holocausto, vale a pena ir ao cinema para assistir a um dos filmes mais marcantes dos últimos tempos. A prova que contraria o Bispo...e o comportamentio do Papa. Um registo marcante do que foi - e continua a ser na memória colectiva - o nazismo.

Uma quinta, que na verdade era um campo de concentração, observada pelos olhos de uma criança, que constrói uma amizade eterna para além dos preconceitos e das regras incongruentes dos Homens, faz-nos pensar em tudo. Essencialmente, o silêncio final em que mergulha a plateia é bem mais marcante que uma crise económica conjuntural. Ali estava a verdadeira crise: a dos valores e a primazia do ódio. Isso sim é crítico!

Afinal nem tudo é mau!


As redes sociais crescentemente procuradas por jovens têm, apesar de tudo, algumas virtualidades. Isso mesmo vem agora noticiado. A identificação de potenciais criminosos sexuais e a redução no consumo de cannabis foram algumas das descobertas recentes. Digno de registo. Tão mais interessante quando começam a surgir teses catastrofistas sobre a perversão social da internet. Afinal de contas, a web é um espaço tecnológico com cunho humano, por isso mesmo exposta aos vícios e virtudes...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O ENSINO DO FUTURO


Há semanas assisti a dois filmes dignos de registo: “A Onda” e “A Turma”. Distintos na origem, nos meios, nos planos, na produção, porém com o papel do professor como pano de fundo comum.

Aconselho vivamente, quer um quer outro, porquanto nos despertam para a reflexão necessária e oportuna sobre o modelo escolar nos dias de hoje, o papel dos professores e dos alunos.

Vem isto a propósito de uma intervenção na Conferência de abertura do Ano Europeu da Inovação e da Criatividade a que – via webcast – assisti esta tarde. Uma professora (Directora da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro) fez uma exposição interessantíssima sobre o novo paradigma pedagógico. Sobre o despertar de consciências; aliás, na esteira da intervenção matinal de Don Tapscott, que já aqui relatámos.

De facto, e isso sente-se, designadamente na resistência de alguns professores à implementação do “Magalhães”, com o novo mundo das tecnologias da informação há estudantes (crianças mesmo) que estão mais preparados que os professores. Estão adaptados à mudança, mais expostos à informação e predispostos para a inovação. Não temem as TIC sejam elas quais forem.

“Não basta colar na cabeça do aluno o que já é conhecido”, apontou a professora. O professor tem de motivar a descoberta, a pesquisa, novos atributos de comunicação, motivar a liberdade de criação. Esse é o caminho.

Os alunos devem aprender a questionar. Filósofos clássicos já o demonstravam como meio privilegiado de acesso ao saber. Acrescentou a professora que “aprender deve ser um prazer e uma alegria”.

Deve, enfim, haver um reconhecimento e a promoção da diversidade. Afinal de contas, é enriquecedora. Não deve ser encarada como um problema apenas, mas como uma oportunidade.
O papel do professor, apesar das novas tecnologias, é insubstituível. Ainda bem, digo eu! O professor é chave a identificar interesses, a reconhecer competências a promover o questionamento. Terá para tanto de se adaptar aos novos modelos de aprendizagem. E, isso dá trabalho!..

Deixo o registo pessoal final da dita Directora: “nós professores podemos se quisermos promover a criatividade dos nossos alunos”. Eu também acho.

DON TAPSCOTT - CONFERÊNCIA #CRIAR2009


Assisti via webcast à Conferência de Don Tapscott no CCB, esta manhã, por ocasião da abertura do Ano Europeu da Criatividade e Inovação. Ideias muito interessantes ficaram no ar.


De registar que Don Tapscott sublinhou a evolução recente de Portugal no uso das TIC e sublinhou a importância de revitalização da Estratégia da Lisboa de modo a colocar a Europa no centro do Mundo. Bom de ouvir nos dias que correm...


Sem prejuízo de reflexão mais aprofundada, aqui ficam alguns dos "soundbytes" da Conferência(adaptados com cunho pessoal), que estão reflectidos em grande medida no seu recente livro "Grown Up Digital":


- Hoje as novas tecnologias trazem uma nova cultura de pedagogia, de ensino, de acesso aos bens culturais e ao conhecimento, assim como vivência democrática;


- A Internet é como um gigante computador global, porém é interessante compreender que na plataforma global se criam exponencialmente comunidades. A vida digital faz-se sobretudo em torno de partilha e de colaboração comunitárias;


- Porém, há (supostos) riscos de "estupidificação" das novas gerações ("the dummiest generation"). Há quem se dedique a investigar "internet the negative view of the new generation". Exageros...embora se deva estar atento;

- Actualmente as novas gerações são "Digital Natives" – estão a roubar tempo à tv e não às brincadeiras na rua, às aulas de piano ou jogos de amigos,.. As crianças e jovens adolescentes são pela primeira vez autoridades na revolução digital que influencia a inovação e a mudança de paradigmas, asssim como instituições;

- Não mais "generation gap", típico da década de 60. Hoje, pais e filhos partilham ipod, computador... e até as redes globais, que permitem o contacto com milhões de pessoas, realidades, colaboração, diversão. Diversão com aprendizagem;


- Há uma clara mudança da estrutura familiar clássica ("a mãe reportava ao pai e o filho reportava à mãe. O cão reportava à criança"). Agora os filhos estão mais independentes e os laços extra-familiares são mais fortes, assentes nas comunidades que se vão gerando;


- A actividade cívica passou a ter um significado político. George W Bush foi um dos principais impulsionadores da nova democracia digital...pelos erros políticos cometidos e pela necessidade de agregação que os americanos sentiram, talvez por isso a recente campanha de Obama tenha resultado de modo tão eficiente. Muito mais eficiente que noutros países que ainda não tiveram "o seu W Bush"


- "work, learning, colaborate and have fun is the same thing" - esta é a nova definição de trabalho, por isso as empresas que vedam o acesso às novas redes sociais na net e/ou a utilização de ferramentas de colaboração durante o horário de trabalho estão a cometer um erro.


- Mudança radical nas regras de marketing. A publicidade tradicional da TV já não resulta. Necessária uma nova abordagem aos clientes. 4 "P" do marketing estão em mudança. A experiência do consumidor mudou radicalmente com a Internet. Os processos de venda têm de se adaptar a consumidores muito mais exigentes que têm o poder de escolher e estão muito menos vulneráveis à publicidade tradicional.


- Conhecimento e aprendizagem interactivos. Novo modelo de aprendizagem bidireccional em que há colaboração recíproca. O modelo meramente expositivo - clássico - falhou e está a sucumbir perante estudantes cada vez mais exigentes e emancipados, que exigem colaborar activamente no processo de aprendizagem, sendo que as novas tecnologias estão a facilitar e a promover este novo paradigma/novo modelo pedagógico.


- "Longlife learning" está no centro das nossas experiências individuais e colectivas. O conhecimento é efémero. Antes ao sair da Universidade estava-se preparado para a vida e mundo do trabalho. Hoje está-se preparado para apenas 15 minutos. A mudança é radical. Necessidade de reinventar o nosso próprio conhecimento e saber. Necessidade de estar permanentemente aberto a nova informação que se traduza em conhecimento. As novas tecnologias são ferramentas vitais.


Enfim, excelente momento promovido pelo Plano Tecnológico. Parabéns!

OBVIAMENTE DEMITO-ME!


Acaso fosse (e ainda bem que não sou!) o Primeiro-Ministro do nosso país apresentaria imediatamente a minha demissão do cargo. Pela separação das águas e pelo esclarecimento político.


Cada um deve assumir as suas responsabilidades perante o que se está a passar em Portugal. O próprio governante, desde logo, os jornalistas, o Presidente da República e, enfim, todos os portugueses.


Já não faltava a crise global mais grave das últimas décadas! É desumano pedir-se a um Primeiro-Ministro que continue a encontrar energia para governar o país, quando a “conta-gotas” se alimenta um clima de suspeição que assassina o respectivo carácter e probidade.


Como – e muito bem – tem sido assumido pelo próprio José Sócrates se há um tema que está a ser apreciado pela Justiça, pois que aí se encontrem as respostas, sem que se confunda tudo com as responsabilidades políticas. Afinal de contas, existe uma maioria democraticamente eleita, que, até ver, não pode ser penalizada por uma mera suspeita.


Claro, que José Sócrates deveria apresentar-se, imediatamente após a sua reeleição como Secretário-Geral do PS, perante os portugueses como recandidato a PM. Só deste modo, novamente na esfera da política, se poderá atestar a sua credibilidade e o grau de confiança. José Sócrates merece que os portugueses se pronunciem sob a sua performance política.


Por outro lado, se os jornalistas têm elementos que comprovam a eventual culpa do Primeiro-Ministro, por que os não apresentam? Por que razão nos últimos dias se apresenta sempre a mesma informação sob ângulos diferentes? Há algum contributo mais para o apuramento da verdade material que vá além do sensacionalismo que ajuda a vender primeiras páginas?..


A tudo isto já respondeu por duas vezes a Procuradoria-Geral da República – que tem o exclusivo da competência! - esclarecendo que sobre José Sócrates não existe qualquer indício de envolvimento. Então, por que não termina o espectáculo mediático?


O jornalismo independente é uma condição necessária da democracia. O jornalismo espectáculo e comprometido é próprio do sub-mundo.


Ao Presidente da República, enquanto garante de estabilidade, cabe o papel de perceber que perpetuar esta situação de dúvida conduzirá ao aniquilamento da já débil ambição nacional, pelo que melhor será antecipar eleições, aceitando a demissão do PM. De outro modo, o Presidente será conivente com este pântano informativo que consome a credibilidade de todos.


Finalmente, aos portugueses caberá a última palavra. E essa será dada nas eleições. Como sempre com grande sabedoria. Separando “o trigo do joio”. À política o que é da política aos tribunais o que é da Justiça.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

COMPLEXO BAADER-MEINHOF


Grande filme-documentário! Cruel como a realidade. Polémico o suficiente.


No fim, assola-nos a seguinte reflexão: os Estados Unidos ontem no Vietname, hoje no Iraque; no Médio Oriente tudo como dantes, guerra intermitente na Palestina; hoje como ontem estudantes que saem das Universidades sem horizontes; profunda crise social e níveis de desemprego dos mais elevados das últimas décadas.


Afinal de contas, estará criado o ambiente de instabilidade propício para que surjam nos dias que correm fenómenos como o Baader-Meinhof??...Talvez!...


Ainda que nada - mesmo nada - desculpe os actos de terrorismo. Os fins não justificam os meios.