sábado, 21 de maio de 2011

POR UMA LÍNGUA VIVA!




Comemorou-se, no passado dia 4 de Maio, o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Não sabia?..Pois, não admira, lamentavelmente.

Nunca, como hoje, a expressão de Fernando Pessoa - “a minha pátria é a minha língua” - foi tão pertinente e atual. Num mundo global a língua apresenta-se como elemento estratégico de preservação identitária e com um valor económico agregado.

Há, ainda, quem o não tenha compreendido...

Os espanhóis, há uns anos, concluiram que a língua espanhola representa 16% do Produto Interno Bruto da economia nacional. Acresce, que o espanhol ajuda à multiplicação por dois ou três das exportações, pois alarga os mercados que têm um idioma comum, sobretudo na América Latina, mas também nos EUA onde um hispânico bilingue recebe um salário cerca de 2,7 vezes mais elevado do que os que apenas falam inglês.

Curiosamente (ou talvez não), o ISCTE desenvolveu um estudo em que concluiu, também, que a língua portuguesa tem um valor potencial de 17% do PIB nacional, sobretudo observando o cálculo da média ponderada do peso da língua em atividades económicas como a comunicação social, as telecomunicações ou o ensino.

Não haja dúvidas, é manifesta e inquestionável a relevância da língua portuguesa para a geração de novas oportunidades de trabalho e de novos mercados para as empresas portuguesas; sobretudo no atual contexto.

Viver fora de Portugal e num mercado como o brasileiro, com 200 milhões de cidadãos, tem-me permitido compreender (como nunca) a dimensão do falhanço das estratégias lusas para a promoção do português e da economia nacional associada. Mas ainda vamos a tempo!..

Eleições na Briosa



Quando estamos perante processos eleitorais – em instituições, países, partidos, ordens profissionais ou outros – podemos ter uma de duas atitudes: indiferença ou participação. Eu acredito, desde sempre, que os meus direitos são inalienáveis pelo que não deixo a outros a oportunidade de expressar a minha vontade.

E na vida há momentos em que a participação ou a indiferença têm distintos significados e impactos. Por exemplo, nas próximas eleições gerais de 5 de Junho, o país precisa que o maior número de portugueses expresse a sua vontade. O estado da arte impõe uma cidadania activa.

O mesmo se diga relativamente à Académica, que terá também eleições muito em breve e que precisa de muito mais do que tem recebido de Coimbra.

Deve começar-se com uma palavra de elogio aos dois candidatos que se apresentaram já: está acima de qualquer suspeita o academismo de ambos, aliás, motivação suficiente para quererem “capitanear” um clube de futebol num contexto economicamente tão delicado.

Acresce, que José Eduardo Simões merece algo mais: justifica-se o agradecimento pelo património de resultados desportivos obtidos nos últimos anos. Porventura terá o melhor palmarés enquanto presidente do OAF. Porém (há sempre um porém), este já não é o seu tempo. Lamentavelmente, não compreendeu que deveria deixar a outros a tarefa de tentar engrandecer mais a Briosa. Aliás, o desgaste natural da função, os processos judiciais ainda em curso, o mau resultado da última época e uma certa incompreensão da cidade face ao seu esforço justificariam que saísse com toda a dignidade.

Terá chegado a hora de Maló de Abreu, que carrega nos ombros uma enorme expectativa e responsabilidade. Tem história e valores para honrar a Académica, assim tenha a sorte e audácia para a colocar no lugar que é seu por direito: ao lado (e não abaixo) dos outros grandes!