O Conselho da Cidade irá lançar esta semana uma iniciativa que apelidou de “Coimbra vista de fora”, convidando para o efeito José Miguel Júdice a opinar sobre Coimbra. Será o primeiro de diversos oradores, supõe-se.
Ideia oportuna. Aplaude-se, portanto.
Anunciou esta entidade que, através de um ciclo de debates, “pretende dar a conhecer a opinião de diversas personalidades, de sectores de actividade variados e de reconhecido prestígio nacional, sobre as razões que estarão na origem de alguma perda de importância e de protagonismo de Coimbra.”
É, desde logo, digno de registo a forma usada: reflectir sobre “a perda de importância”. Ou seja, o Conselho de Cidade assume claramente que o ponto de partida é negativo. Coimbra regrediu nestes últimos anos.
O Conselho da Cidade vai convidar personalidades de prestígio nacional para recolher contributos. Parece-me interessante, todavia não serão essas mesmas figuras a executar as boas ideias que daí possam resultar. Significa pois que se impõe escolher novos protagonistas para a cidade e para a região. Os que temos tido não servem manifestamente.
De outro modo o mesmo é dizer que temos os melhores diagnósticos e os piores remédios. A doença mantém-se.
Deve, apesar de tudo, ser sublinhado que, ao fim de tantos anos de algum adormecimento, o Conselho da Cidade tenha voltado a querer marcar a agenda convocando para o efeito os cidadãos mais ilustres a reflectir sobre Coimbra.
Recordo-me que este mesmo Conselho teve papel pró-activo no final do mandato de Manuel Machado, tecendo duríssimas críticas à gestão do então presidente. O tempo passou e Coimbra foi ficando manifestamente pior: perdeu importância, perdeu riqueza, perdeu influência nacional. Estranho, pois, que tenha demorado tanto tempo a retomar um caminho de escrutínio público. Mas, mais vale tarde que nunca. Espera-se que recomece da melhor forma.
Por fim, deixo uma sugestão aos promotores desta (louvável) iniciativa: como forma de dar continuidade e substância ao debate para o qual nos interpelam e, sobretudo, para permitir a participação activa de muitos dos que estão fora de Coimbra mas por ela se interessam deveriam equacionar o uso das novas tecnologias, criando um Fórum Virtual na net que recolha assim os contributos de muitos que estão dispersos no Mundo.
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