A edição deste último domingo do semanário espanhol “El País” dedicava um suplemento aos “100 protagonistas de 2008 no espaço Ibero-Americano”.
José Saramago, nos “criadores”, e Cristiano Ronaldo, nos “desportistas”, foram os únicos portugueses distinguidos. Sem desprimor, o primeiro é um repetente e o segundo está na moda. Pena que nas demais categorias de “investigadores e inovadores”, “líderes”, “estrelas” e “cidadania” nem um só português mencionado…
O presidente brasileiro, Lula da Silva, foi convidado para redigir a introdução. Sintomático da importância crescente que a Espanha vem dando ao Brasil…
Lula defende, então, que “as respostas aos desafios actuais não podem provir dos especialistas, que durante as últimas três décadas aplicaram as receitas que nos levaram ao actual colapso da economia mundial. O que necessitamos são outros conselhos, provenientes de homens e mulheres com apurada sensibilidade social, preocupados pela produção, pelo emprego e por uma ordem global mais equilibrada e democrática.”
Lula tem razão. Os modelos económicos, financeiros ou políticos não existem “per si”, independentemente de quem os cria ou protagoniza. Em suma, se falharam as receitas das últimas décadas – e não há dúvidas sobre isso! – então há que mudar imediatamente os actores. Por coincidência temporal, a eleição de Barack Obama é o grande sinal de mutação proveniente dos Estados Unidos. Falta agora o resto do Mundo.
A tentação de achar que os actuais protagonistas podem ser novamente os condutores da mudança é uma falácia e pura perda de tempo! Pensar que os mesmos podem gerar novos paradigmas é um profundo cinismo.
Vem, também, a propósito o lançamento de um livro “Mudar Portugal – Revolução Inteligente” de Eduardo Correia, líder do mais recente partido político português, o “Movimento Mérito e Sociedade”.
Eduardo Correia é professor universitário especialista em marketing e nunca teve qualquer intervenção partidária. Não acredita nas distinções simplistas de esquerda-direita. É um pragmático. Acredita num país mais inovador, mais rigoroso, mais solidário e, sobretudo, numa geração de portugueses que fora da política - e fora do país tantos deles – têm tido sucesso em estruturas onde se valoriza apenas o mérito e se reconhece a competência.
Mensagem simples, relevante e oportuna. Cabe aos partidos tradicionais – sobretudo os do arco da governação – apreenderem estes sinais, sob pena de perderem a capacidade para mudar!
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