Os livros continuam a ser dos melhores presentes nesta época natalícia, apesar da crise instalada. Todavia, os preços absurdos, numa sociedade que tem dos mais baixos índices de leitura, não ajudam à divulgação. Talvez fosse interessante rever a taxa de IVA aplicável. Enfim…
A Manuel Alegre ofereceria, com certeza, “Ao contrário das Ondas” uma obra do seu amigo Urbano Tavares Rodrigues. O poeta-político continua igual a si mesmo, contra-a-corrente. Refém, mais dos que das respectivas convicções, da sua personalidade. Como escreveu Miguel Sousa Tavares – com a propriedade de quem o conhece bem! – Alegre com as recentes ameaças de criação de novo partido criou um problema a si próprio mais do que ao PS. Alegre terá agora de escolher entre a coerência com a sua história política (e o PS é parte dela) ou com a sua idiossincrasia. Veremos…
A Carlos Encarnação daria o “best-seller” de Saramago: “Ensaio sobre a Cegueira”. Afinal de contas, o Presidente da Câmara não consegue vislumbrar o caminho para fazer a afirmação de Coimbra. O edil tem sido absolutamente incapaz de compreender a perda de espaço e de tempo da “Lusa-Atenas” numa geografia cada vez mais competitiva. O preço a pagar será elevadíssimo e nessa altura – como sempre! – Encarnação sorrirá!..
Manuela Ferreira Leite seria contemplada com o último sucesso de António Lobo Antunes: “Arquipélago da Insónia”. A vida da senhora não está fácil. O jeito, é certo, também não abunda. Mas a gestão dos estranhos silêncios, as apostas incoerentes (veja-se o caso Santana Lopes) para as autarquias e o oportunismo político (Estatuto dos Açores) a par da guerra quotidiana que Menezes, Passos Coelho e afins lhe movem justificam o mais que previsto desastre eleitoral da “dama de ferro” lusitana.
“O vencedor está só” de Paulo Coelho caberia como uma luva a Paulo Portas. É certo que ganhou com valores próprios da Albânia que tanto criticou, mas não consegue capitalizar externamente esse sucesso. As dúvidas sobre os métodos e a sangria de tantos quadros (alguns dos quais seus eternos “compagnons de route”) ofuscam. A direita - dizem alguns reaccionários - não existe em Portugal. Portas, porventura, já percebeu que não há espaço para ela e prefere por isso protagonizar um projecto que não é carne nem é peixe, mas sempre pronto a viabilizar a estabilidade governativa…desde que a troco de algumas benesses.
“O Segredo” de Ronda Byrne assenta especialmente a Pedro Santana Lopes. Dizem que não há mortes em política. A ser verdade Santana é disso a prova evidente. Não consigo perceber o racional para tanta “energia”…menos ainda para tanta simpatia popular, apesar dos manifestos maus-tratos causados à Figueira da Foz, a Lisboa e ao país!
A José Sócrates ofereceria “Um Mundo sem Fim” de Ken Follet. O futuro exige, hoje, soluções políticas inovadoras: ideologicamente desempoeiradas, socialmente comprometidas, economicamente coerentes e competentes equipas multidisciplinares. Sócrates tem tudo para o conseguir…veremos dentro de momentos.
A todos um Feliz Natal!
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