segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O QUE É A CRISE DO SUBPRIME?

Andamos há meses a ouvir falar na crise do tal “subprime”. As reportagens sucedem-se. As televisões anunciam em directo as falências dos bancos nos Estados Unidos e na Europa. Os comentadores-especialistas debatem à exaustão o tema. Os governantes reagem.

Não apenas pela expressão ser em inglês, mas tenho a nítida sensação de que a maioria dos portugueses ainda não compreende o conceito, embora sinta - e de que maneira – os seus efeitos: as taxas de juro nos empréstimos à habitação mais elevadas e maiores dificuldades na obtenção de crédito junto dos bancos são basicamente consequências presentes no nosso dia-a-dia.

O “economês” serve muita vezes para dar a aparência de informação e esclarecimento, escondendo a incerteza dos decisores face a imprevistos do mercado. Os avanços e recuos sucessivos dos especialistas, a par da confiança/desconfiança dos decisores políticos causa-nos um desconforto evidente.

Não resisto, pois, a deixar aqui o essencial de um “email” que me foi enviado, exactamente com uma divertida e simples (ou simplista) explicação da crise actual do “subprime”. Dirigido a todos quantos não frequentaram MBA´s ou formação económica para executivos:

“Suponhamos que o Ti Joaquim tem uma tasca na Vila do Carrapato e que decide passar a vender uns copos "a fiado" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.

Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar ligeiramente o preço da dose do “tintol” e da “branquinha” (a diferença entre o preço antigo e o da nova tabela são os juros que os “pinguços” pagam pelo crédito).

O gerente do banco do Ti Joaquim, um ousado administrador formado em curso muito reconhecido, decide que o “livrinho do fiado” com as dívidas à tasca constitui, afinal, um activo recebível pelo banco e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o "fiado" dos “pinguços” como garantia…

Uns seis “zécutivos” de bancos, mais adiante, inventariam os tais recebíveis do banco e transformam-nos em coisas do tipo CDB, CDO, CCD, UTI, OFNI, PAS ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exactamente o que quer dizer.

Estes instrumentos financeiros alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos na “Bolsa e Mercado de Futuros”, mas cujo lastro inicial (o tal livrinho das dívidas do Ti Joaquim) ninguém conhece.

Estes derivativos (agora chamados de Produtos Tóxicos) acabam a ser negociados, como se fossem títulos sérios e com fortes garantias reais, nos mercados de capitais de 73 países!!!

Até que alguém (por acaso) descobre que os bêbados da Vila do Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas e a tasca do Ti Joaquim vai à falência.

E assim toda a cadeia de operações financeiras acaba ruindo.”

Mais esclarecido?...

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