sexta-feira, 10 de julho de 2009

DEMOCRACIA DIGITAL XXI


Richard Branson, o criador da Virgin, desenvolveu recentemente mais uma ideia inovadora: a “Pitch TV”. Este projecto consiste basicamente num desafio lançado a potenciais empreendedores para num vídeo, com a duração máxima de 2 minutos, apresentarem uma síntese convincente das suas ideias de negócios. Os vídeos serão expostos na net, usufruindo da imensa visibilidade dos portais do grupo Virgin, e os mais votados estarão ainda disponíveis a bordo dos voos da Virgin Airlines, podendo assim ser observados por milhões de passageiros, entre os quais “business angels” e outro tipo de capitalistas dispostos a investir em boas ideias.


O projecto de Branson, sendo inovador na forma, parte de um conceito cada vez mais presente nos dias que correm: o “elevator pitch”. Ou seja, a sinopse de uma ideia para um projecto, um produto ou um serviço que deve ser exposta em menos de dois minutos, o tempo habitualmente gasto numa “viagem de elevador”.


Já não basta ter uma boa ideia é essencial saber expô-la. Mas como o tempo é um bem escasso o desafio é fazer uma apresentação de forma sintética e eficaz. Em que consiste a ideia? Quais as respectivas vantagens e benefícios? Quem é o autor e de que modo será bem sucedido? São as perguntas essenciais para as quais temos de obter resposta em menos de 2 minutos.


Afinal de contas, “boas ideias sem ideia como implementá-las são ideias falhadas”. Esta é a realidade associada aos novos modelos de empreendedorismo e que, creio, em boa medida podem ser replicados no domínio da cidadania e da política.


Hoje em dia, os decisores públicos têm ao seu dispor os mecanismos de comunicação e as ferramentas tecnológicas necessárias para apresentar boas ideias de forma muito mais eficaz.


Sublinhe-se que “elevator pitch” não é sinónimo do “sound byte” a que tantas vezes nos acostumámos: um chorilho de frases bonitas que fazem apenas ruído e do qual nada retiramos.

O discurso político tem de adaptar-se aos novos tempos. As ideias têm que ser objectivas, claras e executáveis. A mobilização de vontades de uma audiência crescentemente exigente impõe novos modelos de que o “elevator pitch” pode ser um bom exercício.


Publicado no JORNAL OJE

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