sexta-feira, 3 de julho de 2009

DEMOCRACIA DIGITAL XX

A internet trouxe consigo uma variedade de inovações. Por exemplo, o “e-commerce” e o ”Digital Business” têm-se afirmado como realidades económicas incontornáveis e crescentes, de tal modo que universidades e institutos começam, hoje, a oferecer programas de formação para “e-gestores”, porquanto um plano de negócios para uma empresa na net obedece a regras muito próprias.

Afinal de contas, os factores tempo e espaço, que no mundo real têm um peso específico e condicionam de sobremaneira o ritmo dos negócios, no cenário virtual devem ser encarados como oportunidades: a “loja” está aberta 24/7/365 e a distância que separa Seattle de Tóquio é apenas a de um clique. Não esquecendo, ainda, a redução considerável dos custos de distribuição e de impacto ambiental no comércio electrónico.

Segundo um estudo recente da Associação do Comércio Electrónico de Portugal/Netsonda: 82% dos inquiridos indicam a existência de um aumento do volume de vendas a partir da Internet; 40,7% dos membros da ACEP aumentou o investimento realizado no seu sítio e, importa sublinhar em tempo de crise, 43,5% dos inquiridos concorda com a afirmação segundo a qual “O meu site vai acelerar o ritmo do crescimento das vendas”. Estes dados são bem elucidativos.

Este é, apesar de tudo, uma espécie de admirável mundo novo em que apenas se sabe ter descoberto uma ínfima parte das potencialidades, daí que aprofundar conhecimentos baseados em casos concretos de sucesso seja cada vez mais pertinente e necessário. As universidades – em crise no mundo real – estão a adaptar-se cada vez mais a este filão de oportunidades numa relação estreita com alguns dos grandes “players” mundiais.


Resta-nos, então, esperar que comecem a surgir as primeiras formações para políticos e para dirigentes da administração pública, de modo a aproveitarem efectivamente, cada um nas respectivas funções e mandatos, as potencialidades que as TIC oferecem na relação com os cidadãos, sejam eleitores ou administrados.


Esta será única forma de dar resposta à inexorável tendência para a digitalização da participação política e para os modos de governo electrónico (v.g. e-gov).


Os critérios de escolha dos nossos representantes democráticos devem ser cada vez mais abrangentes e exigentes, pelo que o indicador de info-inclusão e habilidade digital não pode dispensar-se. Ora, aqui está uma oportunidade de ouro para as universidades portuguesas.
Publicado no JORNAL OJE

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