terça-feira, 13 de outubro de 2009

UMA QUESTÃO DE COERÊNCIA!

Numa empresa, quando os resultados financeiros não são satisfatórios há, regra geral, duas consequências: os gestores colocam os seus lugares à disposição ou os accionistas convidam novos timoneiros. Sem mais.

Numa equipa de futebol, quando as vitórias não surgem ao treinador resta pouco tempo de “vida” profissional. A muito breve trecho será afastado pela direcção ou, o próprio, abandona de mote próprio o respectivo lugar.

Nas companhias modernas, altamente competitivas e com sistemas internos de avaliação muito exigentes (mas naturalmente compensatórios), os colaboradores que não atingem patamares mínimos de compromisso são convidados a sair e a procurar vida nova noutro local.

Enfim, os exemplos podem suceder-se e são infindáveis nos mais diversos sectores de actividade, tendo sempre presente que a competitividade, a excelência e o brio são os objectivos máximos a atingir.

Até aqui alguma novidade? Algum espanto? Não, sinceramente, julgo serem os critérios adequados para uma convivência saudável, séria e justa. E só assim se conseguem atingir os melhores resultados!

Ora, a primeira pergunta é: por que motivo na política estes padrões de qualidade e de exigência se não conseguem impor? Ou seja, por que razão nas ressacas eleitorais todos, ridiculamente, invocam a vitória para assim justificar a respectiva existência e manutenção de “status quo”?..

É absurdo que quem não consegue durante ciclos sucessivos alcançar resultados positivos se mantenha a dirigir organizações, como se as derrotas fossem pormenores sem relevância e que outras alternativas não existissem.

Por estas e por outras a vida política e a participação partidária são cada vez menos apelativas, porquanto as regras parecem – sem razão aparente! – mudar relativamente ao que se passa nas empresas, nos bancos das universidades ou na vida em geral.

Mas, mais perverso ainda, é observar o que alguns conseguem fazer: transformar as vitórias dos outros nas suas e as suas derrotas nas responsabilidades de outros.

Por exemplo, arrogar-se como sendo sua a vitória de um candidato a uma câmara para a qual em nada se contribuiu (ou até quem sabe se destruiu…) é de uma desfaçatez tremenda. Tão grave quanto limpar-se a água do capote numa derrota de um candidato que foi exclusivamente imposto por si!

Mas, claro, tudo isto é uma questão de coerência!..

1 comentário:

  1. No mundo da politicas as palavras sao levadas pelo vento sem nunca serem transcritas em actas.

    Vitorias e derrotas sao puramente analises retoricas para encher os "media".

    Tudo nao passa de um exercicio de diversao mediocre pelos menos coerentes.

    Concordo plenamente contigo quando referes que os valores que servem a sociadade do dia a dia deveriam se aplicar na politica a todos os niveis.

    Certamente sera sempre sentida a falta das centenas de ex membros activos na politica; que por uma razao ou outra; abandonaram esse militalismo e se englomaram no mundo privado.

    Pessoas como tu e outros deveriam ainda pertencer ao mundo activo politico.

    Seria um mundo muito melhor.

    Joao Lara Silva

    PS - Teclado nao tem acentos.

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