quinta-feira, 22 de outubro de 2009

POR QUE CAEM COMO TORDOS NA FRANCE TELECOM?...

Em 1935, já com Salazar no poder, é criada a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT), designação típica de regimes fascistas. De igual modo, aliás, o lema nazi colocado à entrada dos malfadados campos de concentração era “Arbeit macht frei”, ou seja, “o trabalho liberta”. Em síntese, a ideia de que o trabalho dá saúde e faz crescer já vem detrás…

Todavia, os tempos modernos trazem situações estranhas e absurdas para os modelos actuais. Veja-se o exemplo da France Telecom, onde se verificaram 20 suicídios nos últimos 18 meses! Tomam comprimidos, enforcam-se, saltam das janelas,… servem todos os meios para por fim à vida. Enfim, o caso tornou-se um problema nacional levando mesmo à intervenção do governo.

Felizmente, a minha experiência pessoal é totalmente distinta. Trabalho numa das maiores empresas do Mundo e que, no caso português, é considerada há quatro anos consecutivos “A melhor empresa para trabalhar” por entidades externas e independentes. Um caso oposto, portanto, ao que descrevi acima.

Na verdade, a maioria das empresas ainda não procede actualmente a um exercício de introspecção para avaliar da respectiva “saúde” na visão dos colaboradores, conduzindo muitas vezes a: desconhecimento profundo do quotidiano laboral; adopção de práticas de gestão desfasadas do necessário; imposição de regulamentos internos draconianos que estão longe de ser eficazes, etc etc.

Nas empresas cujo “scorecard” de gestão prevê precisamente a avaliação interna e mecanismos de participação de todos na construção de um ambiente de trabalho saudável – de que a Microsoft é um excelente exemplo - rapidamente se percebe que a melhor empresa é aquela que nos realiza enquanto pessoas – que somos antes de colaboradores – e percepcionamos como uma extensão do nosso ambiente natural e familiar. Fazer dos colaboradores pessoas diferentes do que são na verdade só trará maus resultados.

Pois bem, o melhor modelo já existe, longe de ser o ideal que está sempre em construção, porquê insistir em práticas antigas?.. E isto serve para o sector privado e, em especial, para o público.

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