Hoje, discute-se, um pouco por todo o mundo da relação entre a produtividade – ou a falta dela – e o acesso às redes sociais ou à caixa de correio no espaço laboral.
Ora, em Portugal, é no mínimo bizarro o debate, pois a ausência de produtividade é um tema crónico e muito anterior à existência de redes sociais ou da internet. Todavia, importa distinguir claramente entre consultar o “mail” e actualizar o Facebook. Na maioria dos casos, sobretudo no sector das novas tecnologias, o primeiro é uma ferramenta indispensável de trabalho, podendo as redes sociais sê-lo também.
Apesar de existirem estudos para todos os gostos, a verdade é que há muitas empresas onde o acesso à internet e às redes sociais é livre – ou até mesmo estimulado profissionalmente, porque fomenta o network, promove a cultura da empresa ou mesmo os respectivos produtos/serviços – e os níveis de produtividade laboral são nestes casos muito elevados.
No meu entender, deve imperar o bom-senso e a auto-regulação individual. Aliás, políticas muito restritivas nas empresas, nas administrações públicas ou noutras instituições não garante que não existam fugas e danos.
O conceito de “democratização da intimidade”, introduzido pela antropóloga Stefana Broadbent, associado às redes sociais é interessante, todavia, na internet como fora dela, deve reger-se pelas mesmas regras: sensatez, cautela e proporcionalidade.
De igual modo, o smartphone, o computador e net são extensões naturais da actual geração de “digital natives”. Retirar-lhes esses elementos seria amputá-los na sua identidade. O resultado seria desastroso, mais importante é alertar para os riscos de um uso impudente ou excessivo. A pedagogia, aqui como em tudo, nunca é demais.
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