terça-feira, 31 de março de 2009

FALTA CLARIDADE À FIGUEIRA!


O estado de anemia a que chegou a Figueira da Foz é um caso digno de registo. Aquela que foi, durante décadas, a “Rainha das Praias Portuguesas” há muito que perdeu o título e as honrarias. Mais grave, ainda, não se vislumbra luz no horizonte sombrio. E é pena!

A Figueira tem uma localização geográfica fantástica: ligada por auto-estrada ao eixo Lisboa-Porto (as duas maiores urbes nacionais); na proximidade de Coimbra (cidade jovem e universitária); a pouco mais de 30 minutos de Fátima (o maior centro religioso da Europa) e com acessos directos a Espanha (antecedentes turísticos fortes). Uma análise fria conduz-nos à inexorável conclusão que a localização estratégica tem sido desprezada na construção da cidade. Nada disto tem sido aproveitado para fazer da Figueira um pólo de referência regional ou nacional.

Por outro lado, a Figueira tem costa marítima. Esse património colectivo tão desprezado. Não nos basta ter recursos naturais, há que saber preservá-los e promovê-los. A Figueira manifestamente não tem sabido gerir a sua relação com o mar. Quanto às praias sem comentário…Quanto ao resto, veja-se o que se tem passado recentemente com Sines – o salto qualitativo – para perceber que ter um porto não basta. É preciso saber dinamizá-lo!

Com o advento das energias alternativas, a Figueira poderia aproveitar quer o tão seu clássico vento para potenciar projectos eólicos, quer a energia das ondas, que outros mais a norte anteciparam. Mas nada. Na Figueira “o mar enrola na areia” e pouco mais.

Mais, ainda, quando alguns quiseram deixar de ser “Coimbra B” instalando na Figueira a universidade esqueceram-se que tal faria sentido se os cursos fossem dedicados à biologia marítima, às industrias marítimas à gestão dos recursos marítimos…nunca por nunca ao Direito e à Gestão. Claro, que os pólos académicos trouxeram algo de novo, mas muito pouco face ao potencial se relacionados com os recursos e factores distintivos da cidade.

Tudo quanto se mencionou tem a ver com uma ideia de cidade, com um modelo de desenvolvimento. Falta à Figueira esse rumo, esse desígnio. Vive de coisas pequenas e efémeras. O corso carnavalesco e o S.João. Falta o resto.

Mas mesmo os detalhes ou pequenas coisas falham. Veja-se o subaproveitamento da belíssima marginal. Veja-se o estado deplorável de degradação e abandono a que chegaram os equipamentos desportivos colocados no areal.

É absolutamente incompreensível o estado catatónico da Figueira. Fechada sobre si mesma. Indiferente ao contexto privilegiado e a factores que, com outros actores, fariam dela um marco regional.

Hoje, a Figueira vale pelas visitas ao restaurante da Rosa Amélia: simpatia e qualidade ao mais alto nível. Mas tenho pena, pois os figueirenses mereciam mais!

sexta-feira, 27 de março de 2009

SAVE THE PLANET!!

quinta-feira, 26 de março de 2009

DEMOCRACIA DIGITAL X

Portugal passou a ser, desde esta semana, o país com o parlamento tecnologicamente mais avançado do mundo. Assim foi pomposamente anunciado.

Tal facto engrandece a democracia e honra-nos a todos. Sobretudo se os utilizadores retirarem todas as vantagens que as novas tecnologias proporcionam na relação com os cidadãos-eleitores e, reciprocamente, se o escrutínio do trabalho parlamentar puder ser mais célere, transparente e eficaz.

No hemiciclo foram instalados 230 computadores pessoais com ecrã táctil e ligação à internet, assim como um sistema de cartão individual com chip para votações. De realçar ainda a possibilidade técnica de serem feitas apresentações com “power-point”, valorizando assim as intervenções políticas. Incompreensivelmente parece que não será permitida a reprodução de vídeos, desprezando-se desta forma um dos meios mais relevantes e inelutável. Os deputados devem, obviamente, estabelecer alguns limites aos conteúdos, mas não limitar a forma.

A valorização do parlamento é sempre um imperativo. Os avanços tecnológicos na casa-mãe da democracia um facto louvável. Mas nem tudo são rosas. Afinal de contas, como ontem comentava um amigo: “dá Deus nozes a quem não tem dentes”. Ou seja, por entre os 230 deputados há muita ignorância digital escondida…que, decerto, os jornalistas mais atentos cuidarão de por a nu nas próximas semanas…

Bastará acedermos à página da Assembleia da República para imediatamente constatarmos que a maioria dos parlamentares não usa as potencialidades que as TIC colocam ao seu dispor. Salvo raríssimas – e por isso muito honrosas - excepções os deputados não têm nem participam em blogues, não colaboram em redes sociais, não usam o “twitter”, muito provavelmente não preparam slides no “power-point”, etc, etc.

Será este, com certeza, o momento para os partidos políticos passarem, aquando da selecção dos seus representantes, a atentar nas competências digitais e no grau de info-inclusão dos candidatos, porquanto o escrutínio político popular será cada vez maior nestas áreas!

Publicado no OJE

terça-feira, 24 de março de 2009

COMO OBTER UM EMPREGO!

A história de um filho, Ben, que decide ajudar o pai, Mark, recentemente desempregado a ser recolocado no mercado de trabalho.

Para o efeito gravou um vídeo e colocou-o no You Tube. Desde então diversas ofertas de emprego foram apresentadas ao pai, Mark.

Ideia fantástica. Happy end!

segunda-feira, 23 de março de 2009

PORTUGAL É DE TODOS! ALGUMAS IDEIAS.


Respondi ao desafio lançado pelo Expresso, Visão e SIC: "PORTUGAL É DE TODOS!". Pareceu-me uma iniciativa interessante e que, a final, deverá resultar numa súmula de oportunas e pertinentes propostas.

Aqui ficam as minhas ideias. Simples!

I Propostas de actuação para o Governo e Parlamento

a) Uma ideia para reforçar a liberdade
Em nome da transparência: o financiamento exclusivamente público dos partidos e das campanhas eleitorais com limites objectivos de meios e de custos.

b) Uma ideia para aprofundar a democracia
Adopção do voto electrónico usando as novas tecnologias, internet incluída, para combater a abstenção e aprofundar a democracia participativa.
Exigir aos deputados especiais competências digitais para melhorar a democracia representativa, reforçando o uso das novas tecnologias na relação entre eleito/eleitor.

c) Uma ideia para construir uma sociedade mais solidária
Atribuir novas competências cívicas às forças armadas, que, em períodos de paz, devem dedicar-se integralmente à preservação florestal e do meio ambiente, apoio social a idosos e recuperação do património histórico.

II Propostas de actuação para os municípios

a) Uma ideia para reforçar a liberdade
Criação de um programa de cidadania, direitos e liberdades destinado aos alunos do ensino básico.

b) Uma ideia para aprofundar a democracia
Programas de actividade definidos anualmente com a participação directa das populações, designadamente nas áreas do desporto, juventude, ambiente e educação.

c) Uma ideia para construir uma sociedade mais solidária
Criar programas locais de voluntariado com benefícos fiscais (Derrama/IMI,...) para as empresas que estimulem os seus colaboradores e para os próprios voluntários individualmente

III Propostas de actuação para empresas e sociedade civil

a) Uma ideia para reforçar a liberdade
Medidas que promovam a maternidade e a paternidade para além dos mínimos legalmente previstos.

b) Uma ideia para aprofundar a democracia
Combate intransigente à burocracia, aprofundando medidas de e-gov e de desmaterialização de processos.

c) Uma ideia para construir uma sociedade mais solidária
Criar um programa nacional de voluntariado com benefícos fiscais (IRS/IRC) para as empresas que estimulem os seus colaboradores e para os próprios voluntários individualmente.

A EUROPA É VITAL

No dia em que Sócrates anunciou Vital Moreira como cabeça-de-lista do PS às eleições europeias Carlos Magno avaliou positivamente a escolha e referiu que tal seria “o regresso da Coimbra moderna à política”. Observação deveras interessante!..

Referir que Coimbra estaria a regressar à política significa que, até aqui, tem ficado de fora. Constatação óbvia e evidente para todos, excepto para os mesmos de sempre que não alcançam além do umbigo. Com os resultados que são conhecidos…

Falar da Coimbra moderna implica apontar o dedo a uma Coimbra antiga. Carlos Magno pensou no bolor da coisa. Esta ainda existe. A memória histórica é relevante e muito útil, penso eu. O problema é quando o futuro só retroage. Lembro-me, agora, de uma expressão brasileira: “quem gosta de passado é Museu!”.

Coimbra tem perdido relevância nacional. Com raras excepções – no domínio da saúde e das novas tecnologias – a “Lusa-Atenas” há muito que deixou de ter presença nos espaços de decisão política, económica e cultural do país. Não porque Coimbra não tenha potencial – que o tem! – mas porque deixou de ter protagonistas com reconhecido mérito. Os actores são provincianos, pouco ambiciosos e nada imaginativos.

Ora, a escolha de Vital Moreira para encabeçar o projecto europeu do Partido Socialista é importante para Coimbra. Mais honrosa ainda para o próprio, se recordarmos que António Vitorino, Mário Soares e Sousa Franco foram os seus antecessores.

Pela primeira vez, desde há uns anos, um nome de Coimbra passa a poder liderar uma corrente de pensamento, definir uma estratégia e ter um palco. Espero que Vital não prescinda dessas prerrogativas.

Ter iniciado a campanha em Coimbra, no passado sábado, foi já um bom mote. Espero mesmo que Vital aqui monte o quartel-general.
Ao contrário do que alguns pensam, creio, convictamente, na relevância da ideia europeia. Acredito profundamente que as soluções num mundo global se alcançam mais eficazmente em espaços transnacionais e que a Europa representa um desígnio comum e que tem um papel-chave na superação da presente crise, por exemplo.

Por coincidência as eleições europeias acontecem no ano em que se celebra o “Ano Europeu da Inovação e da Criatividade”, motivação acrescida para “lançar pontes entre o mundo da criatividade e o da inovação, entre as artes e as tecnologias e o mundo empresarial”, fazendo desta cidade um marco não só nacional mas europeu. Vital não deverá desperdiçar a oportunidade.

Sem comentários!...


sexta-feira, 20 de março de 2009

DEMOCRACIA DIGITAL IX

Quanto mais observo o contexto político e tecnológico actual mais defendo a introdução do voto electrónico em Portugal. Aqui, entenda-se, a utilização não apenas de urnas electrónicas, mas igualmente da internet. Três actos eleitorais em perspectiva (europeias, legislativas e autárquicas) representam o melhor laboratório possível. Haja vontade e coragem.

Em Portugal, houve, no passado recente, ocasionais testes-piloto com votação electrónica, todavia o país não deu conta, os cidadãos não compreenderam e os políticos – decisores últimos – não aprofundaram as vantagens do modelo.

É sabido – como em todas as decisões verdadeiramente disruptivas – que existem prós e contras. Não desprezando alguns dos riscos, prefiro sublinhar as vantagens.

E, começo por relevar alguns exemplos de sucesso existentes um pouco por todo o Mundo: na Holanda 95% dos municípios possuem votação electrónica e nas legislativas 90% dos cidadãos residentes no estrangeiro usaram a internet; na Bélgica, em 2003, 44% dos votos já eram electrónicos; na Estónia a disponibilização do sistema de votação electrónica é de 100% desde 2005; na Suiça, em 2007, votaram electronicamente 17% dos votantes dos quais 97% por internet e 3% por sms. Não esquecendo o Brasil com 100% de votos em urna electrónica.

Os diversos actos eleitorais têm natureza distinto por isso podem, admito, merecer tratamento diverso numa fase inicial. De igual modo, a utilização da internet para o exercício do voto tem a cara dos nossos emigrantes. Pelo menos para já.

Enfim, com as taxas de abstenção crescentes e o preocupante alheamento dos cidadãos da coisa pública creio ser imperativo usar todos os meios tecnológicos para exercitar a democracia.
Por outro lado, uma vez garantidas em absoluto a individualidade do voto, a confidencialidade da escolha e a segurança da informação não existem razões de monta para duvidar da eficácia e fiabilidade do modelo. Repare-se que quase todos confiamos na “internet banking” para a gestão dos nossos recursos financeiros…Pelo menos para a maioria algo bem mais importante que o voto!
PUBLICADO NO JORNAL OJE

quinta-feira, 12 de março de 2009

DEMOCRACIA DIGITAL VIII

A Wharton School da Universidade da Pensilvânia lançou uma pesquisa junto de especialistas para identificar as mais importantes invenções dos últimos 30 anos. O resultado é impressionante: em 1º lugar surge a internet, em 2º o PC, em 3º o telemóvel e em 4º o email.
Esta selecção é tão mais relevante quando comparada com outras descobertas como: os anti-retrovirais para tratamento da SIDA em 30º lugar apenas, as caixas ATM em 27º ou a energia solar fotovoltaica em 18º. Com certeza, todas, invenções científica e socialmente marcantes.

Da opção feita pelo painel de “experts” resulta evidente que a invenção da “internet” foi a maior geradora de transformação nos modelos organizativos da economia e da sociedade actuais. O potencial humano, designadamente a criatividade e o espírito inovador, passaram a ter outra visibilidade com a net e outro impacto efectivo no quotidiano das pessoas.

A internet trouxe consigo uma absoluta democratização da informação e aumentou o acesso ao conhecimento. Factores determinantes para sociedades mais desenvolvidas. Claro está, que a montante importa criar condições para aceder de modo equitativo a este potencial transformador…

Importa sublinhar o detalhe (ou “pormaior”) que a relevância inventiva, social e económica do PC, do telemóvel e, em particular, do email – os seguintes na lista - é, em grande medida, consequência da própria internet. Afinal de contas, o computador pessoal e o telefone portátil são, mais do que nunca, periféricos da “World Wide Web” e extensões de nós próprios nessa rede global.

Vale a pena, também, sublinhar que desta lista constava, em 20º lugar, a criação das redes sociais na internet. Insistimos assim na ideia que a internet, por via destas redes, aproxima e é agregadora, ao invés da ideia de que promove o isolamento e acentua a segregação.

Acresce, que a utilização sincronizada de diversas ferramentas, por exemplo do “Facebook” e do “Twitter”, maximiza a colaboração e o conhecimento, muito para além do “voyeurismo” básico.
Nota final para um fenómeno interessante: muitos jornalistas são “early-adopters” e estão, por isso, presentes nestes espaços ali deixando visões e testemunhos pessoais tantas vezes diferentes da fórmula institucional. Por certo mais ricos. Além da objectividade da notícia, permitindo-nos conhecer o sentido crítico. Esta tendência ficou bem patente aquando do Congresso Nacional do Partido Socialista, onde, além do relato dado à estampa, pudemos conhecer o pensamento de muitos retratistas…

sexta-feira, 6 de março de 2009

DEMOCRACIA DIGITAL VII


A censura já chegou aos meios políticos que se constroem com ferramentas digitais. Em Espanha, esta semana, uma deputada da Assembleia Legislativa da Comunidade de Madrid foi proibida de usar o “twitter” para relatar o que se passava numa Comissão de Inquérito que analisa factos complexos relativos a membros do Partido Popular no órgão de governo regional.

Não existe nenhuma norma regulamentar que proíba o uso do “microblogging” – nem do sms tão pouco! – naquela instância. Não existe nenhum princípio do direito que justifique tal amputação ao exercício de liberdades. Não existe qualquer regra dita-sensata para o efeito. A única motivação para proibir a deputada foi o exercício autoritário de uma maioria parlamentar (da direita espanhola) que teme, assim, o uso das novas tecnologias para tornar mais transparente e mais próxima do povo a actividade dos deputados eleitos.

As ferramentas digitais, designadamente tudo quanto envolva a criação de redes com poder social, são um poderoso veículo de comunicação, de colaboração e de interacção. Os políticos começam a descobri-las na razão directa do interesse que as mesmas despertam nos eleitores-cidadãos. Não devem estar sujeitas a regras legais ou informais diferentes dos meios clássicos. Nem devem ser observadas com reserva mental. Infelizmente, há quem ainda não tenha compreendido isso.

Também em Espanha, na passada semana, estalou uma outra polémica por causa da suposta “ubiquidade” de uma candidata ao governo do País Basco, Rosa Diez. Ao mesmo tempo que estava a ser entrevistada na TVE o seu “twitter”registava vários comentários. Ou seja, alguém estava a “tweetar” em nome da candidata, desta feita com a sua anuência.

A questão aqui suscitada refere-se objectivamente à forma pura, genuína e pessoal com que os políticos devem usar as novas tecnologias no relacionamento com os eleitores. Quem tentar usar de forma enganadora estas ferramentas – fazendo-se passar por quem não é de facto ou ideias que não tem – será rapidamente denunciado e excluído. Este é um atributo novo na relação eleito-eleitor: a rapidez de percepção. Passamos a saber mais e mais rapidamente qual o perfil político e intelectual de quem deseja representar-nos.
PUBLICADO NO OJE

quinta-feira, 5 de março de 2009

SOBRE O TWITTER NA POLÍTICA!!

REACÇÃO AO POST ANTERIOR

Um Amigo enviou-me, como reacção ao post anterior (Sr. Presidente sabe quanto vale Coimbra?), uma notícia publicada no mais importante jornal da Letónia, que confirma tudo quanto escrevi.

http://www.diena.lv/lat/turisms/pasaule/eiropa/mana-perfekta-portugale

Para quem não saiba letão, em baixo deixo a tradução para inglês:


"My perfect Portugal

Studying in Portugal is dangerous... because it’s an unforgettable adventure you want to feel again and again.

My eyes are getting wet every time, when I start looking through my pictures of my so dear and beautiful city – Coimbra.

I had heard a lot about the student exchange program ERASMUS from my course mates. I didn’t think much and just applied for the studies in Portugal. What it really is and what exactly I’m doing I just realized at that moment, when I found out that on the 3rd of May I have to start my studies at the Polytechnic Institute of Coimbra. I was very scared, but in the 27th of February I got on the plain. Together we were 3 Latvian girls and when after a night without sleeping we got out at the airport of Porto, we all were scared as never before. At that moment started the most magnificent part of my life.

THE STUDENT CITY COIMBRA

I was living in the 3rd biggest city in Portugal, witch was located between Porto and Lisbon. The city has the perfect size – it’s not too big and not too small. It was not like that that I knew every body who was walking by me on the street, but during these 5 months I didn’t see any traffic jams. Out of 150 thousand habitants 80 thousand are students. On the top of the city center is one of the oldest universities in Europe – the University of Coimbra. Coimbra is a real student city, where you can still feel the old world. Maybe that’s because why I liked it so much. All around are young, smiling Portuguese people from all around Portugal and there are also a lot students from other countries, which are now in Coimbra and willing to see and learn something new. The second biggest part of inhabitants are old people. We were laughing and calling them the everlasting students which were not able to get away from the joyful life of Coimbra. Tourists visit this city for some hours - just to see the old university and the old part of the city, because after the big earthquake in 1755 Coimbra was one of the fewer cities which were left totally undamaged, whereas Lisbon was almost totally destroyed.

Together with both other Latvian girls and a Slovenian boy I was renting a five room apartment in the city center. My favorite place in our apartment was the big balcony from where you had an amazing view to the mountains. It was really idyllic talking English to our neighbor, drinking a glass of win and looking at all the enlightened houses in the mountains. I think it’s not even worse to mention that the price of our 5 room apartment with the beautiful view was the same as for a usual three room apartment in the suburbs of Riga. Around our three floor house was a garden with flowers and bushes and around it all was a small white fence. Of course the stairways were always clean. From our kitchen window you could see a lemon tree. Next to our house were many tins for garbage because the Portuguese people are used to sort the garbage and they even have advertisement of that in the TV. I also learned how to do the sorting and while doing that I felt that I’m doing a good thing. When I returned to Latvia, I automatically was looking, where to put my plastic bottle. If I would be sorting garbage in Latvia I would have to drive with my sacks full of rubbish kilometers far to get to the closest garbage tins for sorted rubbish.

After just seven minutes walking down the hill I got to the big shopping center Dolce Vita. On one side it has a big stadium, on the other - a swimming pool and a basketball hall, in the middle the shopping center. One time in the swimming pool costs you just 2.12€ and you can swim there even the whole day if you want. When my parents were visiting me, they had a simple question – why are we building in Latvia plastic sheds, but here a comparatively small city can afford to build something so magnificent? I didn’t bring them to the other two shopping centers. Every good thing has also his bad sides – I’m living on the top of a hill, but Dolce Vita is on the foot of the hill. You can get down very easy but I always think twice when I have to go to the shop because coming back with all the full sacks is exhausting. March and April were very cold and the way back from Dolce Vita was a perfect way how to keep yourself warm, but in July, when the temperature reached +35 degrees, I always waited till ten o’clock in the evening to go and get food – at the day it’s almost dangerous for your health to climb the hill.

The Portuguese life rhythm is totally different from the one I was used to. In the first month I couldn’t stand that the Portuguese people are always late – not just 10 minutes but much more. Once I went with other ERASMUS students to a city in the north – Braga. After checking-in in the hostel the guide Marco told us: in 7 minutes will be the bus and we will drive to place to have diner, be ready. Approximately in 10 minutes he took a billiard cue and played a whole game. Then I understand that being late is in the blood of every Portuguese and I didn’t take it so serious anymore. When we went to Lisbon the meeting time for the ERASMUS students was 7:45 but for the Portuguese people – 7:30. At the end I started to do the same as the Portuguese – never be in a hurry, because you will not miss anything anyway, you have to take your life very easy.

The public transport on the other hand is very punctual. They have a very good planned transport system – in the evenings the big busses are changed to smaller ones, which don’t use so much petrol.

The different life rhythm I felt also at the university. The schools are open till approximately one o’clock in the night. The lectures finish in the evening about a half an hour before midnight. When I had to make an appointment with my teacher, he said let’s meet at ten o’clock in the evening in our university’s bar. That was strange, but not bad. Of course all the parties start much later then we are used in Latvia. You just can start thinking about going to a bar at midnight and even then almost everything is still empty. The clubs are starting to fill just at about three or four in the night.

Portuguese cuisine is not my favorite one, because the meat is too dry while the seafood offer is very wide. I cooked a lot at home, but having a meal at the cantina of the university was very cheap. The government supplies the universities with money for their cantinas, that’s why you can get a three course meal for just about 2 €. The food is very good and the cantinas clean. But still I missed different kind of sauces and sweets from Latvia. My friend brought me from home horseradish, sour cream and chocolate cheese. My roommates parents brought her cold soup. It was a real feast meal for us. From time to time a friend from our ERASMUS group invited us to a diner for tasting his own countries delicacies. Now I know how tastes a Polish Easter cake and Serbian homebrew. One of the national foods of Portugal is Bacalhau. The favorite sweet is Pastel com Nata. That’s pastry punnet with an egg filling. You can get it in every small confectionery which are very popular in Portugal.

AN HOUNOR TO BE A STUDENT

I told the local people a lot about Latvia, but I tried to be objective and I didn’t praise Latvia too much but I also didn’t make it down. I told them that in Latvia the students usually work even when they are studying. The most popular question was – How? Is it possible to study and to work? How is the quality of the Universities if you can manage to do both – studies and work?

A Portuguese called Hugo explained me, that in Portugal it’s like having a contract between you and your parents. While you are studying (and in Portugal student often are 25-30 years old) your parents are supporting you with money and a place where to live but after that you will have to take care about them. During the studies almost nobody is working, except internships which are a part of the studies.

The students have an official uniform, which is not obliged, but most of the students are wearing it. The boys are wearing a black suit with a black tie and a white shirt, the girls – almost the same just instead of the trousers they wear a skirt. Integral to this dress is a thick, black coat. It looks pretty strange when so many Batmans are walking around the city. When it’s hot outside they just keep their coats in the hands. There is a saying that till the end of the studies you are not allowed to wash your coat, because otherwise you will fail in the exams. Before the exam period the senior year students have a special ceremony – priests are sanctifying the maps of the students. That is such an important ritual, that often the parents of the students come to watch, how their children get the bless before the big exams.

QUEIMA DAS FITAS

The year’s biggest event in the student city Coimbra is the student festival – Queima das Fitas (translated – “Burning bands”). Usually this event takes place in May, but the preparing for that starts already in the beginning of April. The festival lasts 8 days and 9 nights - it’s the celebration of the end of the school year. Every day of the festival is devoted to one of the 8 faculties of the university – literature, law, medicine, science and technology, pharmacy, psychology and pedagogy, economic and sport. The students from each faculty have a band in a different color on which the other can write wishes. During the festival these bands are burned. During Queima das Fitas everybody is wearing his black uniform, but I have to say that on the ninth day the uniforms usually don’t look very clean anymore.

The festival is opened at midnight next to the old cathedral of Coimbra. The most talented students are singing fado on this evening. Fado is a traditional Portuguese music style. The fado in Coimbra is preformed just by men but in Lisbon also by women. That’s an exciting moment because a lot of the students are crying - they understand, that their student life is going to finish soon. But then starts the partying and so it continues all nine nights. The party is taking place in the Mondego Park close to the river and next to the old town of Coimbra. There is one stage and 8 big tents – in every tent you can dance to a different style of music. All around are a lot of hotdog and bear sellers. The Portuguese are proud that during this week the consumption of beer is even bigger than the one in Munich’s Octoberfest. A big event is the Cortejo – the parade. Trucks decorated with flowers are driving starting from the university and going through the whole city. In the trailers of the trucks are the senior year students giving alcohol and snacks for free to all festival’s guests. At that moment I thought – that is something unreal – the government is supporting the use of alcohol among young people. We had heard that there will be about 15 trucks but at the end there were 89. Everyone took beer, vodka, wisky or sangria. The people were dancing and having fun in the streets. And that all without any accidents or fights. The whole city was like drunk. Before the festival I asked my Portuguese language teacher how it will be with the learning process during this crazy week. She told me, that for years the students had to go to lectures on this week, but just a few showed up. Then the council of the city found a solution – they moved the Easter holiday week to Queimas das Fitas week.

TRAVELING

During one semester I managed to travel in Portugal crisscross. Mostly I traveled by train. Trains are new, clean and in good quality. There is a fast train between biggest cities, the ticket price is more expensive, but you spend less time. The speed of the fast train is about 220 km/h.

The roads in Portugal are in really good quality. Those people whose time is money can use toll roads, that have flowers and bushes in sides.
Freeways are like our Via Baltic ring road in Saulkrasti (city in Latvia).Portuguese Ricardo told that almost all Europe money is invested in building and renovating roads. You really can see that.
Of course, there are some mountain roads, that you can get sick, but the quality of the road surfacing is good. We rented a car twice, I went by bus frequently, but I never saw any policemen or crashes there. Drivers are brave and fast, but safe.

North of Portugal is green and hilly. If you don’t like mountain roads, then don’t go there. But views are unforgettable. I remember cathedral Bom Jesus very well – on the top of the mountain in the middle of nowhere near old Braga city. I might think, that is some old big city sanctuary, but not. There are a lot of churches and cathedrals in Portugal.

Coimbra is situated in the middle of Portugal one hour away from Atlantic Ocean beach Figuera de Foz. Geographically it’s perfect location, because the distance is the same to all sides. Two hours, 15 euros and you are in Lisbon. I was in some small towns around Lisbon, for example Obidus, that Portuguese people call - city from a postcard.
King Afonso II gave it to queen at wedding. Around the city there is old wall where you can walk around the whole city. Houses look like made of gingerbread in Greek style. They all are painted white with yellow or blue line around Windows. You can buy a lot of different vines on the streets there.

Cintra is a historical city near from Lisbon and there are 3 fantastic castles. In one of them there is a Moorish citadel from Century III.
There is a marvelous wood around those castles, where you can see plants from all over the world. Magical places with ancient history.

One hour away from Lisbon there is fishermen village called Cezimbra. I went there 3 times because of its famous fish restaurants. There aren’t a lot of tourists, but lisbonians go there to spend their time. There are old taverns where you can buy cooked sardines and spider crabs. I ate so big crab for the first time in my whole life. It tasted wonderful and cost about 18 euros. And then we had some green vine and went to beach where I found the biggest see shells that now reminds me of beautiful Portuguese beaches.

BEACHES

I saw more then 10 beaches and they were all different. I have never seen such sandy seashore like in Figuera de Foz. When you start walking in sand you don’t even see the ocean then. Walk takes about 10 minutes and then you finally see the ocean with very big waves and surfers. There are really big rocks at the south Portugal beaches. And there is a fantastic view in distal west point in Europe – giant waves hitting against 140 m high cliffs.

There is another story about beaches of Algarve. That’s south region in Portugal with a lot of health resorts. Portuguese people say that the native language there is English. That really is so. All cities – Lagusa, Portimana, Faru, Albufeir are almost the same. Big hotels, tourists and white sand with cliffs.

PORTO AND LISBON

I was in Lisbon several times. Big city with half a million inhabitants with a lot of ancient architecture (after a big earthquake in 1775 almost whole city was rebuilt) and new futuristic houses – like, for example, Expo 98 district with one of the biggest aquariums in the world. I visited big rock festival in Lisbon called Rock in Rio. There were thousands of fans. I paid 53 euros and saw Lenny Kravitz, drunk Amy Wainhouse and Pol van Dyk. Festival lasted 7 days, each day 3 celebrities. Cool event! And all Lisbon hotels and hostels were full that time.

I had my Midsummer night in Porto. I have to admit it, that I missed Latvian traditional flower diadems and songs, but I experienced totally different Midsummer festival. The typical feature was plastic hammers in people hands and beating everybody with them. A little bit weird, but fun. City was full with hawkers that sell cooked sardines (Sao Joao national meal), ribs, beer, sangria and… hummer! At midnight there was a fireworks with music. Different but really great Midsummer.

That time I spent in Portugal now seems like just one moment, more like a dream. When I had to say goodbye to other students in Coimbra train station I cried so much because I knew – I will never see them again. I understood one simple thing that was told in our ERASMUS song Boa Sorte: “H? tantas pessoas especiais no mundo”. I just would like that other people would enjoy life. That`s my wish for them. Portugal now is my new love, that I will remember till I die."


SR. PRESIDENTE SABE QUANTO VALE COIMBRA?

A pergunta que titula o presente artigo tem, evidentemente, resposta pronta: não! Não, o Dr. Encarnação, não sabe nem imagina quanto vale Coimbra. A marca Coimbra, repleta de história e de passado, mas sobretudo enquanto símbolo de futuro e de modernidade.

Do elevado potencial desta cidade – uma espécie de bela-adormecida, quase anestesiada – vou tendo diversas provas. A última das quais através das redes sociais agora tão em voga. Refiro-me ao “Facebook” uma das mais potentes teias de relacionamento social na internet.

Alguém criou um grupo dedicado a Coimbra, no qual se agregam os que, pelos mais diversos motivos, têm esta cidade como denominador comum. Pois bem, das mais de seis centenas de registos nesse grupo, cerca de 90% são estrangeiros. A esmagadora maioria são jovens cidadãos nacionais de outros países, que, muito provavelmente, por aqui passaram nos Programas Erasmus.

Ora, resulta claro que há um número elevado de “embaixadores de Coimbra” espalhados pelo Mundo – regra geral com qualificações superiores – que Coimbra desconhece e não aproveita.

Não me refiro apenas aos estrangeiros, mas também aos que sendo naturais desta cidade tiveram de rumar a outras paragens. Seria importante, em consonância com a Universidade de Coimbra (a “Rede da UC” é um bom ponto de partida), fazer o levantamento desta massa crítica e colocá-la ao serviço do desenvolvimento local, lançando desafios empresariais, culturais ou mesmo sociais.

Aliás, um dado relevante é que a Universidade de Coimbra tem mais mobilidade “incoming” que “out going”, ou seja, recebe mais estudantes do que envia. Logo, e consequentemente, a cidade beneficia deste fluxo; porém, por apenas uns meses, quando deveria saber fazê-lo de outro modo.

Quando surgem, novamente, notícias sobre o encerramento da Penitenciária de Coimbra, insisto, mais do que nunca, no que defendi há 5 anos: a transformação daquele espaço no Centro Cultural de Coimbra e no Centro Erasmus por excelência, que possa representar a confluência de culturas e de diversidade através de iniciativas continuadas no domínio cultural, académico e social, fazendo de Coimbra cada vez mais a Capital do Conhecimento em Portugal num ano em que a Europa comemora o Ano Europeu da Criatividade e da Inovação.