Referir que Coimbra estaria a regressar à política significa que, até aqui, tem ficado de fora. Constatação óbvia e evidente para todos, excepto para os mesmos de sempre que não alcançam além do umbigo. Com os resultados que são conhecidos…
Falar da Coimbra moderna implica apontar o dedo a uma Coimbra antiga. Carlos Magno pensou no bolor da coisa. Esta ainda existe. A memória histórica é relevante e muito útil, penso eu. O problema é quando o futuro só retroage. Lembro-me, agora, de uma expressão brasileira: “quem gosta de passado é Museu!”.
Coimbra tem perdido relevância nacional. Com raras excepções – no domínio da saúde e das novas tecnologias – a “Lusa-Atenas” há muito que deixou de ter presença nos espaços de decisão política, económica e cultural do país. Não porque Coimbra não tenha potencial – que o tem! – mas porque deixou de ter protagonistas com reconhecido mérito. Os actores são provincianos, pouco ambiciosos e nada imaginativos.
Ora, a escolha de Vital Moreira para encabeçar o projecto europeu do Partido Socialista é importante para Coimbra. Mais honrosa ainda para o próprio, se recordarmos que António Vitorino, Mário Soares e Sousa Franco foram os seus antecessores.
Pela primeira vez, desde há uns anos, um nome de Coimbra passa a poder liderar uma corrente de pensamento, definir uma estratégia e ter um palco. Espero que Vital não prescinda dessas prerrogativas.
Ter iniciado a campanha em Coimbra, no passado sábado, foi já um bom mote. Espero mesmo que Vital aqui monte o quartel-general.
Ao contrário do que alguns pensam, creio, convictamente, na relevância da ideia europeia. Acredito profundamente que as soluções num mundo global se alcançam mais eficazmente em espaços transnacionais e que a Europa representa um desígnio comum e que tem um papel-chave na superação da presente crise, por exemplo.
Por coincidência as eleições europeias acontecem no ano em que se celebra o “Ano Europeu da Inovação e da Criatividade”, motivação acrescida para “lançar pontes entre o mundo da criatividade e o da inovação, entre as artes e as tecnologias e o mundo empresarial”, fazendo desta cidade um marco não só nacional mas europeu. Vital não deverá desperdiçar a oportunidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário