quarta-feira, 9 de setembro de 2009

MALDITA MATEMÁTICA!...

A invenção da matemática deve-se a outros povos que não os portugueses, porém, com certeza, por acaso da História, visto que ninguém melhor que nós para depender tanto dessa ciência exacta. Futebolisticamente falando, claro!

O acesso à fase final do Mundial na África do Sul é ainda possível. Esta é a resposta politicamente correcta, que sempre nos habituamos a ouvir da parte dos suspeitos do costume.

É, de facto, possível se nos enredarmos em contas e mais contas para alcançar a fórmula matemática do sucesso que, em síntese, depende mais dos outros que de nós próprios. Ora, este é sempre, na bola como na vida, um mau princípio: ficarmos dependentes de terceiros.

Eu diria que se formos apurados, por uma qualquer conjugação astral, é bom para a auto-estima nacional, bom para os jogadores que assim “abafam” mais uns milhares em prémios e bom para a seita de dirigentes que tem já raízes na FPF. Adia-se a solução de um problema.

Por seu turno, se a selecção nacional não for apurada o sentimento de crise agudizar-se-á, uns dirão que a culpa é do Sócrates, outros que é do Queirós e os suspeitos do costume arranjarão razões para sacudir a água do capote e ficar assim mais uns anos na FPF. Um clássico, portanto!

Enfim, o que, no meu modesto entender, precisaríamos era de compreender as razões fundas deste insucesso, visto que temos um conjunto de jogadores do melhor que há no Mundo, individualmente falando. Muitas das causas estarão no balneário, é certo, porém outras tantas na estrutura organizativa da FPF. Nos mesmos de sempre que há muito deixaram de compreender que saber sair é mais importante que conseguir entrar.

O mal do nosso país – no dirigismo desportivo como em muitos outros sectores – é que mantém nos cargos de maior responsabilidade uma geração sem energia e sem criatividade que não sente o pulsar das mudanças e que é incapaz de fazer o que é preciso.

Apesar de tudo, quero muito acreditar nos números e, com isso, na possibilidade matemática de nos apurarmos, todavia preferiria que tudo dependesse apenas da vontade e da força dos homens.

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