sábado, 5 de setembro de 2009

DEMOCRACIA DIGITAL XXV

A classe política portuguesa despertou inequivocamente para a internet. Os próximos actos eleitorais - aliás na senda do que está a verificar-se um pouco por todo o mundo nesta “Era Obama” – vão já decorrer sob o signo de uma sindicância digital. Ou seja, na actualidade, os cidadãos escrutinam e comentam como nunca as prestações e as ideias dos principais protagonistas políticos.

Por seu turno, os actores (candidatos ao parlamento e às autarquias) multiplicam-se em aparições virtuais e comunicações digitais: de debates com bloggers a programas construídos na net, passando pela divulgação “on time” da agenda de campanha, tudo vai acontecendo sem que seja preciso sairmos de casa para acompanhar. Basta “navegar”.

Resta saber se este frenesim termina no rescaldo da noite eleitoral ou prossegue para além dele. Político que queira ter futuro não pode desprezar a comunicação com as redes que já criou e alimentou. A relação com o eleitor digital tem de ser genuína e continuada, sob pena de ser contraproducente por perversa. A net tem riscos diversos: para os políticos o maior de todos eles é que fica um registo. Uma memória que não se apaga!..

A Netsonda, em Portugal, apresentou recentemente um estudo sobre as “Eleições & Internet” do qual resultam dados interessantes. Desde logo, um crescimento considerável dos que usam a net para analisar os candidatos (de 31% em 2005 passou agora para 60%); o acesso a sites noticiosos para obtenção de informação sobre as eleições legislativas é confirmado por 86% dos inquiridos e 50% dos inquiridos manifestam intenção de recorrer às redes sociais.

Veremos de que modo esta euforia digital servirá para promover o esclarecimento público e reduzir a abstenção. Esperemos, pois, pelos estudos seguintes…
Publicado no Jornal OJE

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