"Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável" (Séneca)
quinta-feira, 30 de abril de 2009
O PERVERSO FINANCIAMENTO PARTIDÁRIO
ROTEIRO ELEITORAL PARA COIMBRA
Já aqui deixámos o registo da relevância de ter Vital Moreira como cabeça de lista pelo PS para as eleições europeias. Apesar do desconforto para alguns socialistas locais (que se presumiam herdeiros de Fausto Correia na cadeira de Bruxelas, pasme-se!) Vital é uma excelente escolha e, estou certo, saberá colocar Coimbra no centro do debate europeu e a Europa no roteiro de discussão local.
Temos assistido a um PSD que não quer discutir a Europa (nada mais errado para um partido com responsabilidades europeístas), mas os detalhes da vida nacional. Pois bem, será que aqui em Coimbra também quer antecipar e esmiuçar a pobreza desta gestão autárquica?.. Vital, com certeza, dará também boa conta desse recado. Assim haja interlocutor, pois o Dr. Encarnação nessas horas desaparece e candidato europeu de Coimbra, no PSD nem nos dez primeiros…
Por outro lado, e infelizmente, o Dr. Encarnação habituou-se a não ter que se preocupar com o PS. Tem sido assim ao longo dos últimos anos e a actual incerteza na escolha do candidato socialista não augura nada de bom. Uma coisa é certa: secundarizar as escolhas autárquicas trará consigo um elevado preço político no futuro…
É bem verdade que uma mão cheia de boas ideias para Coimbra são essenciais para obter um bom resultado, porém não é menos verdadeiro que um candidato com tempo para conhecer e se dar a conhecer é essencial. O calendário corre contra quem vier por parte do PS, com maior ou menor notoriedade, e a final compreender-se-á se a escolha foi estratégica (a pensar no largo prazo) ou meramente casuística…
Por fim, as legislativas. Há que cuidar de evitar cometer os erros do passado recente: importar pessoas que, por muito estimáveis que sejam, nada têm a ver com Coimbra, cidade e região. Os dois maiores partidos, há quatro anos, desprezaram os eleitores locais “oferecendo-lhes” soluções que apenas respondiam às lógicas das cúpulas nacionais!..Os resultados estão à vista. São mensuráveis. Repetir a façanha é uma irresponsabilidade ou um atestado de incompetência (o que não me admiraria) a quem tem responsabilidades locais…
Há um risco que quero correr já: sugerir o nome de Paulo Campos, actual Secretário de Estado das Obras Públicas, que seria, a meu ver, um excelente cabeça de lista do Partido Socialista por Coimbra. Por diversas razões. Tem raízes: a família e o próprio mantém relação muito forte com a Beira Serra. Tem obra: é responsável por importantes eixos rodoviários neste distrito. Tem passado: é herdeiro de valores republicanos sólidos. Tem mundo: conhece o suficiente para aqui replicar bons modelos de governança. E tem juventude: poderia iniciar um novo tempo no PS de Coimbra voltado para o futuro, fazendo esquecer o passado recente.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
DEMOCRACIA DIGITAL XIII
Os comentadores são quase uma instituição em Portugal. Temos os que fazem considerações sobre futebol, sobre política, sobre economia. Sobre tudo e um par de botas. De tal modo que, tantas vezes, o comentador adquire maior notoriedade que o comentado, seja facto ou pessoa.
Pois bem, a entrevista do Primeiro-Ministro à RTP1 gerou um novo fenómeno e uma mudança de paradigma: o micro-comentário político. Democratizou-se na internet o comentário instantâneo e espontâneo. Passo a explicar: em simultâneo à prestação televisiva de José Sócrates milhares de cidadãos comentavam no “Twitter”. Em liberdade permitiam-se ridicularizar os adereços da Judite de Sousa, criticar alguma agressividade do político ou elogiar a capacidade argumentativa do mesmo e até pôr em questão a preparação estratégica dos entrevistadores.
Até ao momento, nunca em Portugal se tinha assistido a fenómeno idêntico. Tão interessante quanto reflecte a criatividade lusa, pois que tudo se reconduz apenas a 140 caracteres. Mais, a ferramenta adequa-se em tudo à nossa idiossincrasia: simplicidade e comodidade. Não temos de reflectir muito nem ter muito cuidado com a forma. Mas nem por isso as considerações tinham menor acutilância ou acuidade.
Acresce, que com o “Tweeter” podemos testemunhar debates e troca de argumentos entre protagonistas que habitualmente não nos estão acessíveis; levanta-se um manto de privacidade opinativa de alguns (designadamente jornalistas) que fogem assim à objectividade da notícia e passam a comentar em liberdade. Em suma, passamos a conhecer-nos melhor.
Essencialmente, a política (ou qualquer outra actividade com dimensão pública) está agora mais sujeita a escrutínio popular. Os palcos não se resumem aos “plateaux” televisivo ou às pianhas dos comícios. A política faz-se em todo o lado e por toda a gente. Ainda bem!
A riqueza dos micro-comentários ficou evidenciada quando, imediatamente após o debate, entraram em cena os comentadores profissionais, daqueles que nos entram em casa dia sim dia sim, com uma mão cheia de banalidades e evidências. Sobretudo, depois de ter assistido ao desfiar de ironia e à assertividade de alguns “tweets” fica sensação do “déjà vu” e compreendemos melhor porque os estudos recentes demonstram que a televisão perde – crescentemente - em tempo dedicado para a internet.
Publicado Jornal OJE
terça-feira, 21 de abril de 2009
VOTAR É..."BUÉ DA FIXE"!
O governo atento – e bem! – a este facto entendeu lançar uma campanha para alerta cívico: “Votar é fácil”, através da qual os jovens irão receber mensagens (SMS) com a informação do respectivo local de voto. Interessante, mas ainda assim muito insuficiente!..
O governo teve com certeza presente que os jovens, e em especial os que usam as novas tecnologias – chamados “Digital Natives” – foram absolutamente determinantes na vitória de Obama. Existe, hoje, um pouco por todo o mundo, a tentativa de replicar a estratégia do actual Presidente Americano na sedução dos mais jovens eleitores por via das novas tecnologias.
Ora, votar devia ser uma festa, porque é um direito e os direitos devem celebrar-se. Mas, também, porque é um dever de cidadania e isso só existe em sociedades avançadas.
Infelizmente, a esmagadora maioria destes 650 mil novos eleitores não dão qualquer valor à sua nova condição de cidadãos plenos. Uns porque não conhecem a história recente e o significado da ausência de direitos; outros por tamanha desmotivação e ausência de referências cívicas e políticas.
Ora, para uns casos e para outros há soluções. Os governantes e, em particular, os partidos políticos deviam acordar para esta realidade não apenas de modo oportunista em ano eleitoral, mas de forma estruturante.
Fazer das eleições uma festa da democracia implica mudanças radicais na cultura política e partidária portuguesa!
Designadamente, é crucial que nas escolas existam planos curriculares de cidadania e de formação política. É imperativo que os partidos não permitam que haja “candidatos-fantasma”; assim como devem exigir a todos os candidatos um currículo profissional, académico ou percurso cívico minimamente meritório; é absurda a existência de candidatos arguidos, não obstante a presunção de inocência; é desejável a limitação de mandatos em todos os cargos de eleição…
Estas e outras tantas mudanças com certeza motivarão quem observa tão maus exemplos e, por isso, se sente desmotivado para participar. De outro modo, os novos eleitores saberão usar as novas tecnologias não para construir mas para contestar e criticar que sempre é mais fácil. Mas resulta menos profícuo para o país!..
sábado, 18 de abril de 2009
AS COISAS QUE NÃO SABEMOS NEM IMAGINAMOS...
Neste vídeo, absolutamente fantástico, tomamos contacto com dados incríveis, sobre os quais vale a pena reflectir.
Se dúvidas existiam quanto à mudança de paradigmas, aos efeitos da globalização e ao impacto da força inovadora na organização das sociedades actuais, então este vídeo ajuda-nos a esclarecer muita coisa!
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Conferência Cidadania Digital - Feira SPOT - Lisboa
Vídeo da apresentação feita na "Conferência Cidadania Digital", na SPOT - Feira da Juventude, em Março de 2009, Lisboa.
domingo, 12 de abril de 2009
DEMOCRACIA DIGITAL XII
Esta semana trouxe-nos dois exemplos interessantes em que vale a pena atentar: um na longínqua Moldávia e outro na vizinha Espanha.
Os estudantes moldavos usaram o “Twitter” para convocar uma manifestação à porta do Parlamento contra os comunistas que, num retrocesso, ganharam recentemente as eleições. Em pouco mais de 48 horas conseguiram juntar 10.000 manifestantes.
terça-feira, 7 de abril de 2009
CARTA ÀS MENINAS DO BLOG OSEXOEACIDADE
Vejo que continuam envoltas em sucesso. Seja de dia ou de noite são cada vez mais uma referência. As menções em jornais nacionais vão-se multiplicando…
Não sei se tiveram conhecimento mas esta semana num dos programas mais vistos da TV americana (The Colbert Report) o Presidente da Associação Americana de Jornais, John Sturm, deixou a seguinte pérola: “o jornal é um blog que deixa tinta nas suas mãos”. Posição inusitada e francamente heterodoxa, sobretudo vinda de quem vem! Por todo o mundo logo dispararam as mais diversas reacções: de apoio e repúdio.
A verdade é que os jornais impressos, um pouco por todo o lado, estão a passar tempos muitos difíceis. Seja por falta de leitores, de patrocinadores ou tão somente da estratégia correcta. Por seu turno, os blogues florescem como cogumelos – muitos deles alimentados por jornalistas – e não páram de crescer os leitores ávidos de informação.
A estratégia de criação de edições jornalisticas “on-line” tem em muitos casos resultado. Já na articulação da edição impressa com o “on-line” contam-se pelos dedos os casos de sucesso…E é pena!
Em Portugal, começa-se agora a despertar para a importância da internet e de toda uma geração (ou gerações, diria mesmo) que ali buscam informação, conhecimento e inspiração.
As meninas com o vosso blogue são um exemplo muito interessante de sucesso que merece uma análise mais cuidada. Senão vejamos: de acordo com dados da Wordpress, em 2008, o vosso blogue teve uma média mensal de 51.000 visitas! Por exemplo, a circulação total do conjunto dos dois jornais diários de Coimbra (somadas as vendas, ofertas, assinaturas,..) foi, em 2008, cerca de 18.000/dia, segundo a Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação.
A média mensal das meninas este ano já vai em 59.000! Há poucos assim no país! Crescimento significativo, hein?! Agora, a questão começa a ser o que fazer com estes números, que denotam credibilidade e muito mais do que mero voyeurismo…
É interessante observar como, por exemplo, outros jornais (e alguns directores, mesmo) têm usado a internet e muitas das suas ferramentas, designadamente as redes sociais e o micro-blogging (Twitter) para promoverem as edições on-line e impressas. Coisa que, aliás, as meninas também já começaram a fazer!
Fruto da vossa simpatia e da relação profícua que mantêm com um conhecido semanário local têm antecipado manchetes, feito eco de notícias exclusivas e, assim, ajudado a promover (estou seguro) aquele importante jornal...
Ora, hoje, o desafio que vos lanço é o seguinte: sem perderem a originalidade e o pícaro, sejam um caso nacional de sucesso transformando um blogue numa plataforma de informação que combine o imagem, som e as ferramentas mais avaçadas que o novo mundo tecnológico nos oferece.
O ideal seria, e pela primeira vez em Coimbra, contruir um consórcio de inovação, envolvendo nesse objectivos os principais agentes de informação local…Sedutoras como são, estou certo que conseguem!...