terça-feira, 21 de abril de 2009

VOTAR É..."BUÉ DA FIXE"!

A inscrição automática dos cidadãos com direito de voto acrescentou cerca de 650 mil novos eleitores aos cadernos eleitorais. Significa isto que, este ano, uma nova vaga de votantes – quase 8% do total – experimentará a sensação de escolher em democracia.

O governo atento – e bem! – a este facto entendeu lançar uma campanha para alerta cívico: “Votar é fácil”, através da qual os jovens irão receber mensagens (SMS) com a informação do respectivo local de voto. Interessante, mas ainda assim muito insuficiente!..

O governo teve com certeza presente que os jovens, e em especial os que usam as novas tecnologias – chamados “Digital Natives” – foram absolutamente determinantes na vitória de Obama. Existe, hoje, um pouco por todo o mundo, a tentativa de replicar a estratégia do actual Presidente Americano na sedução dos mais jovens eleitores por via das novas tecnologias.

Ora, votar devia ser uma festa, porque é um direito e os direitos devem celebrar-se. Mas, também, porque é um dever de cidadania e isso só existe em sociedades avançadas.

Infelizmente, a esmagadora maioria destes 650 mil novos eleitores não dão qualquer valor à sua nova condição de cidadãos plenos. Uns porque não conhecem a história recente e o significado da ausência de direitos; outros por tamanha desmotivação e ausência de referências cívicas e políticas.

Ora, para uns casos e para outros há soluções. Os governantes e, em particular, os partidos políticos deviam acordar para esta realidade não apenas de modo oportunista em ano eleitoral, mas de forma estruturante.

Fazer das eleições uma festa da democracia implica mudanças radicais na cultura política e partidária portuguesa!

Designadamente, é crucial que nas escolas existam planos curriculares de cidadania e de formação política. É imperativo que os partidos não permitam que haja “candidatos-fantasma”; assim como devem exigir a todos os candidatos um currículo profissional, académico ou percurso cívico minimamente meritório; é absurda a existência de candidatos arguidos, não obstante a presunção de inocência; é desejável a limitação de mandatos em todos os cargos de eleição…

Estas e outras tantas mudanças com certeza motivarão quem observa tão maus exemplos e, por isso, se sente desmotivado para participar. De outro modo, os novos eleitores saberão usar as novas tecnologias não para construir mas para contestar e criticar que sempre é mais fácil. Mas resulta menos profícuo para o país!..

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