"Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável" (Séneca)
quinta-feira, 27 de maio de 2010
TUDO BONS RAPAZES!
Em Madrid, um português confirma-se como o melhor treinador do Mundo no mesmo espaço onde evolui o melhor jogador do Mundo, por sinal, também português.
Ao mesmo tempo, em Lisboa, a bolsa de valores afunda-se, os sindicatos ameaçam greves gerais e sucedem-se as ameaças de intervenção externa na condução do nosso destino.
Em simultâneo, na Covilhã, os escolhidos por Queiróz cavam o fosso que os separa dos adeptos. As exibições não inspiram e a empatia não abunda. A esperança é apenas o nome de um cabo...
Paradoxos evidentes que vale a pena analisar.
Por que motivo o mesmo país que dá ao Mundo o melhor jogador e o melhor treinador aparece tantas vezes como o pior? Por que razão os exemplos de portugueses que se afirmam no Mundo como líderes cresce e dentro de portas a liderança é palavra madrasta? Por que diabo a competência e as qualificações dos portugueses são enaltecidas pelo Mundo fora e em Portugal não sao factores distintivos? Estas são as questões de fundo que os exemplos acima ajudam a iluminar. Para mal dos nossos pecados...
Atentemos, pois, nos motivos que levam José Mourinho a querer ir para o Real Madrid: porque vai ganhar muito dinheiro? Não. Porque gostaria de viver em Madrid? Não. Porque em Madrid a tarefa seria mais fácil? Não. Mourinho quer ir para o Real pelas razões inversas que tipicamente presidem às opções em Portugal.
Mourinho recusa o facilitismo e a previsibilidade. Mourinho é ambicioso, por isso gosta dos desafios mais difíceis. Quer ser o único a ganhar todas as provas nos três campeonatos mais importantes da europa (e do Mundo). Mourinho tem uma missão. Não tenho dúvida das competências e da obstinação de Mourinho para atingir o desiderato máximo.
Ora, a Portugal falta um desígnio. Uma missão. Falta um denominador comum, por isso todas as estratégias acabam por ser errantes e os resultados estão à vista há muitos anos...
Moral da história: Mourinho nunca gostou do nacional porreirismo e nunca escolheu jogar com bons rapazes. Não! Mourinho sempre jogou com os melhores, só com os melhores (mesmo quando incomodovam...), por isso venceu. Portugal está no momento-chave para optar: para ganharmos temos de buscar e promover os melhores. Este já não é o tempo dos bons rapazes...
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A síntese de uma dolorosa, antiga e nefasta verdade! A doentia inveja lusitana e o primado da incompetência arrasam cidadãos, famílias, empresas, instituições... o PAÍS!
ResponderEliminarOs ineptos apoiam-se para derrubar a competência, a dedicação, a capacidade. Os capazes, porque menos e acreditados em si próprios acabam "emprateleirados".
Quo vadis, PORTUGAL?
Ricardo,bom dia,não nos conhecemos, embora com muitos amigos comuns, bem como Arganil e Côja onde vivi 28 anos.
ResponderEliminarTinha que ser o FB...
Escreve muito bem, de forma a que todo o "entendedor "sem ser "entendido"possa entender.Este artigo atraíu a minha atenção ,não percebo nada de futebol,admiro muito o Mourinho e gostaria de o conhecer pessoalmente... então fica aqui uma explicação em jeito de brincadeira séria...Em Alcácer-Quibir com o D.Sebastião...ficaram quase todos os homens válidos e corajosos do nosso Portugal...as gerações seguintes...são fruto de inválidos e medrosos...mas...antes de partirem os destemidos guerreiros deixaram algumas sementes...o Mourinho e alguns tantos (outros, poucos,)devem ser descendentes... aprenderam com a vida que liderar,treinar ,dirigir é uma Arte de Guerra e Sedução.E certamente ele leu o "Princípio de Peter".P.S. esta teoria sebastianista não é minha ,foi construida num jantar de amigos por alguém que não me recordo.
Pois os melhores têm de sair do pais, para poderem progredir, senão estagnam...
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