sexta-feira, 1 de junho de 2012

OS MISERÁVEIS


Dá título a esta prosa a obra prima do françês Victor Hugo em que a personagem principal, Jean Valjean, é o expoente máximo do Homem que luta contra todas as adversidades e injustiças da sociedade. Diria, hoje, um esterótipo de muitos milhares de portugueses que já estão, ou prestes a estar, no rol dos 15% de desempregados. A maior tragédia da sociedade lusa dos últimos 30 anos.

Os números assustam pelo crescente gigantismo, mas a inépcia política para os derrubar revolta. Sobretudo, quando todos percebemos que a receita dos últimos dois anos não resultou. Crescimento e emprego não se geram com mais impostos e cortes salariais. Cortar “as gorduras” do setor público não implica forçosamente estrangular empresas e pessoas.

Não preciso citar – uma vez mais, pois já o fiz amiúde – o Nobel Paul Krugman para reforçar que menos investimento e mais impostos só trazem recessão, invocarei, antes, a insuspeita economista Teodora Cardoso quando, ontem, reforçou a ideia de que “estamos à beira do Terceiro Mundo”, dada a perda de competitividade forçada por salários baixos e tamanha redução do investimento e poder de compra.  

Como Teodora bem lembrou a competitividade depende muito mais da qualificação das pessoas e da qualidade dos processos do que da redução dos custos de produção. Os setores de ponta e tecnologia são disso um bom exemplo.

Para confirmar este discurso, noutra latitude, as autoridades brasileiras decidiram agora baixar ainda mais as taxas de juro e ponderam reduções fiscais para estímular o crescimento que está em queda por influência global.

Portugal precisava mudar de vida? Sim. Pena é que as vítimas sejam as gerações que nenhuma responsabilidade tiveram no regabofe dos últimos 30 anos em que o desperdício e a incompetência foram a palavra de ordem. Ainda vamos a tempo? Sim. Mas expliquem-nos por favor o caminho e as razões do mesmo. Não estamos condenados a ser miseráveis!

1 comentário:

  1. Boas,
    Eu não ligo nada a partidos... mas miserável foi Socrates e os amigos que triplicaram a divida do país...
    http://oinsurgente.files.wordpress.com/2011/04/dc3advida_pc3bablica_portugal_1850-2011.png

    é fácil governar quando se empresta dinheiro... tal como fez Cavaco quando era primeiro-ministro. Os governantes hoje em dia, são jovens (sem qualquer experiência em gerir sequer uma empresa) e mais velhos que têm principal objectivo fazer amigos para ter um trabalho para a vida...(Ex: Jorge Coelho, Mira Amaral, Fernando Gomes, e muitos mais)
    Cumprimentos,
    Pedro

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