sexta-feira, 25 de maio de 2012

SERVIÇO PÚBLICO



Vivo num país – a 5ª potência do Mundo atual – onde a educação pública é má, a saúde pública desaconselhável e, mais ou menos, tudo o que é gerido a partir do Estado tem elevado grau de ineficiência e desconfiança. Mas,  contexto atual, dá-me um bom termo de comparação com os serviços públicos portugueses.

A saúde pública portuguesa é (ainda) uma das melhores do Mundo. A escola pública (onde fiz orgulhosamente toda a minha formação) é de elevada qualidade. E outros serviços de natureza pública são, regra geral, bons, apesar dos nossos queixumes.

Obviamente, que, segundo índices de racionalidade económica e por critérios de eficiência na gestão, há muito a fazer em Portugal. Muito onde se pode cortar e muito mais ainda onde se pode estimular para obter melhores resultados.

Mas o atual governo não quer melhorar os serviços públicos. Quer acabar com eles. Chamam-lhe eufemisticamente privatização, mas na verdade é extermínio. O governo de direita liberal que comanda os destinos de Portugal está numa cruzada incessante de desmantelamento de tudo o que é ou cheira a serviço público. O erro está, desde logo, no preconceito. Fazem-no porque ser de direita - vem nos livros - é ser contra a presença do Estado em qualquer setor. E isso é mau.

O melhor exemplo de digno e relevante serviço público a que assisti foi no passado domingo e prestado pela RTP. Acompanhou detalhadamente a festa coimbrã com a vitória da Académica. Ninguém mais o faria. É serviço público? É, porque a festa não é um exclusivo do Marquês de Pombal, nem da Avenida dos Aliados. É também da Praça da República!

Querem poupar nas contas? Pois então não paguem fortunas ao Futre, ao Baião e demais. Dêem oportunidade aos jovens jornalistas no desemprego e aos muitos artistas desocupados que por bem menos demonstrarão enormes capacidade, dons e atributos. Serviço público é também responder na crise de forma diferente.

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