“O primeiro a gente nunca esquece” é uma frase reconhecida
por todos no Brasil. Resultou de um slogan criado por Washington Olivetto para
promover, há muitos anos, a venda de um soutiã. Desde então, a frase-slogan
passou a ter as mais diversas utilizações e significados...
Lembrei-me disto ao recordar que esta é, com certeza, a
semana mais importante do ano para os estudantes de Coimbra. Aproveitem-na,
pois! Muitas das marcas indeléveis dos tempos universitários constróem-se, a
cada ano, por estes dias de Maio.
Pelo menos, comigo, foi assim! A primeira nunca esqueci, mas
as seguintes também não!..
Hoje, compreendo, mais do que nunca, que a distância física
aumenta a necessidade de referenciais. Seja em relação a pessoas, a entidades
ou ao país como um todo. Viver deste lado do Atlântico – a muitos milhares de
quilómetros das origens – dá uma relevância nunca sentida às coisas mais
simples da vida. E a semana da Queima era uma dessas coisas simples da vida e,
também, uma das mais esperadas.
O genial filósofo Eduardo Lourenço referiu-se, há uns dias, a
Coimbra como “uma cidade de ordem poética”. É o de fato. Se assim não fosse, as
memórias de tantas e tantas gerações passadas por Coimbra seriam algo vago e
superficial. Sabemos bem que não são! Sabemos todos que Coimbra tem uma magia
única de atrair para o resto da vida, mesmo quando é provinciana, ingrata e
atávica.
Será por isso que até os exageros próprios da semana da
Queima têm o seu lado poético...
Enfim, os dias atuais são difíceis, sobretudo para quem está
prestes a terminar a universidade em Portugal. Mas, ainda assim, aproveitem
estes momentos únicos e irrepetíveis. Sonhem os vossos próprios sonhos
embalados por uma Coimbra única.
Na próxima semana haverá tempo de sobra para compreender como
enfrentar o futuro.
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