quinta-feira, 3 de maio de 2012

TEMPO DE QUEIMA


“O primeiro a gente nunca esquece” é uma frase reconhecida por todos no Brasil. Resultou de um slogan criado por Washington Olivetto para promover, há muitos anos, a venda de um soutiã. Desde então, a frase-slogan passou a ter as mais diversas utilizações e significados...

Lembrei-me disto ao recordar que esta é, com certeza, a semana mais importante do ano para os estudantes de Coimbra. Aproveitem-na, pois! Muitas das marcas indeléveis dos tempos universitários constróem-se, a cada ano, por estes dias de Maio.

Pelo menos, comigo, foi assim! A primeira nunca esqueci, mas as seguintes também não!..

Hoje, compreendo, mais do que nunca, que a distância física aumenta a necessidade de referenciais. Seja em relação a pessoas, a entidades ou ao país como um todo. Viver deste lado do Atlântico – a muitos milhares de quilómetros das origens – dá uma relevância nunca sentida às coisas mais simples da vida. E a semana da Queima era uma dessas coisas simples da vida e, também, uma das mais esperadas.

O genial filósofo Eduardo Lourenço referiu-se, há uns dias, a Coimbra como “uma cidade de ordem poética”. É o de fato. Se assim não fosse, as memórias de tantas e tantas gerações passadas por Coimbra seriam algo vago e superficial. Sabemos bem que não são! Sabemos todos que Coimbra tem uma magia única de atrair para o resto da vida, mesmo quando é provinciana, ingrata e atávica.

Será por isso que até os exageros próprios da semana da Queima têm o seu lado poético...

Enfim, os dias atuais são difíceis, sobretudo para quem está prestes a terminar a universidade em Portugal. Mas, ainda assim, aproveitem estes momentos únicos e irrepetíveis. Sonhem os vossos próprios sonhos embalados por uma Coimbra única.

Na próxima semana haverá tempo de sobra para compreender como enfrentar o futuro.

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