quinta-feira, 5 de abril de 2012

NOVIDADE POLÍTICA



Esta semana, uma importante pesquisa divulgou que a Presidente Dilma Rousseff detém aprovação pessoal de 77% dos brasileiros. Resultado impressionante ao final de um ano de mandato, sobretudo se considerarmos que perdeu meia-dúzia de ministros pelo caminho e que a economia não cresce como desejado. Para se ter a noção real do que significa este apoio faça-se a comparação com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva, que, em igual período dos seus governos, tinham “apenas” 60% e 54% respetivamente.

Dilma, a quem acusavam de falta de carisma representa algo novo na política brasileira. E é essa novidade que seduz e a transforma em produto popular. Ou seja, numa sociedade estigmatizada pela corrupção e pela suspeição permanente, Dilma adotou uma postura de firme condenação do fenómeno e de evidente distanciamento face aos suspeitos, mesmo quando seus apoiantes. Isso, de forma tão ostensiva, é novo no Brasil. Há uma geração nova que desejava essa atitude.

Por outro lado, no Brasil, apesar da riqueza de recursos, faltam políticas de gestão pública focadas em eficiência e resultados. No meio do processo burocrático consome-se demasiado tempo, energia e meios, prejudicando o objetivo central. Os americanos usam a expressão “accountability” para descrever a relevância de avaliação responsável permanente para análise de eficiência e resultados. Algo que falta muito em Portugal também... Ora, Dilma – que é sobretudo uma gestora e aprendiz de política – tem essa obsessão com a dita “accountability” pública. Algo novo também!

Enfim, poderíamos continuar, mas, essencialmente, a conclusão é que há uma mudança global dos perfis políticos e do que os cidadãos esperam de quem os governa. Anseiam por rostos novos, com percursos diferentes, com vidas comuns e iguais às suas, com ambição, com experiências globais e próprias do tempo que vivemos. Alguém duvida que os eleitores conscientes estão fartos dos mesmos de sempre com a política do costume?..

Ao escrever estas linhas, dei-me conta que o PS em Coimbra anunciou para breve a escolha do seu candidato à Câmara Municipal, talvez fosse oportuno olhar para o passado recente e, sobretudo, para o futuro para fazer a escolha certa. Já agora algo novo. Como Dilma, por exemplo.

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