quinta-feira, 24 de março de 2011

CRÓNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA!..



Há muito que se sabia que o governo de José Sócrates tinha os dias contados. A começar pelo próprio, que – apesar da inesgotável energia – foi permitindo erros sucessivos de coordenação interna, jamais admissíveis no cenário da maioria parlamentar do primeiro mandato.

O governo há meses que não governava, vegetava, sob o comando do Ministro das Finanças que vai doseando “morfina”para atenuar dores sociais e económicas crescentes.

José Sócrates fez bem ao demitir-se. Cumpriu com o anunciado, honrou os compromissos europeus e ajudou a evitar que caíssemos num pântano de hipocrisia política com um preço social ainda mais elevado.

Quando as coisas não estão bem, então nada melhor que a oportunidade para clarificar. Ora, esta crise política, que não a social e a económica (bem mais sérias e profundas) deve ser entendida como uma oportunidade suprema para diversos tipos de esclarecimentos.

Desde logo, dentro dos partidos. Perceber se as actuais lideranças são as que vão a jogo. Mais, e indo, vão com que trunfos? Que equipas e programas, designadamente medidas na área orçamental, económica e social? Assim será mais fácil aos cidadãos perceber com o que contam.

Por outro lado, seria muito relevante que todos pudessem dizer o que pensam sobre políticas de coligações (pré e pós eleitorais). Afinal de contas, é sabido que um governo minoritário não tem a mesma amplitude e estabilidade de um maioritário, porém as coligações implicam cedências e negociações que, nesta fase do campeonato, devem ficar claras aos olhos de todos.

Finalmente, a gravidade da situação deveria impor um arco de governação amplo, ou seja, uma coligação abrangente, evitando jogadas políticas de baixo nível. Para isso seria necessário que os protagonistas tivessem perfis adequados ao entendimento. Se assim não for...

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