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A revista americana “Time” destaca como tema semanal a geração juvenil que está no centro das mudanças democráticas em curso no Médio Oriente e Norte de África. Caracteriza, aliás, metaforicamente o momento como de “Youthquake”: na verdade, o que se está a passar é absolutamente disruptivo, sobretudo porque assente numa geração com pouco ou nenhum envolvimento político, mas imensa capacidade de intervenção e mobilização cívica, assente no uso das tecnologias da informação.
Estes jovens começam a ficar conhecidos como a “Geração C”. “C” dos que estão sempre conectados, comunicando por computador, centrados em conteúdos, clicando numa comunidade. Estes são os “cês” desta nova geração que vai marcar o futuro, sobretudo o político e social.
Estamos a referir-nos a jovens essencialmente urbanos e suburbanos, não politizados, altamente consumidores e que até 2020 serão 40% da população nos Estados Unidos, na Europa e nos BRIC. Um exército poderoso, portanto!
Quem ainda não percebeu isto não compreendeu nada. Quem já entendeu e não reage, então...
Estes são os mesmo jovens que, uma vez mais via Facebook e influenciados pelo que está acontecer lá fora, decidiram convocar uma manifestação para a Avenida da Liberdade, para o início de Março, reclamando um conjunto de direitos sociais que lhes vêm sendo retirados. No FB já são umas dezenas de milhar!
Ao contrário do passado, hoje, não pode dizer-se nunca que os fenómenos não se repetem. A força mobilizadora das novas redes sociais é mesmo global. E, atenção, as causas não faltam!..