Antes de mais, é triste um país em que se discute, durante meses a fio, a avaliação dos professores, enquanto tema nuclear da educação. Ser avaliado deveria ser uma premissa pacífica para quem faz da sua vida avaliar, mas, infelizmente, não é assim!..
O país tem consumido – desnecessariamente - tempo e energia em demasia com greves, reuniões abortadas, reclamações e instabilidade lectiva.
Seria porventura muito mais importante o país parar para reflectir que modelos educativos deseja: por exemplo, um em que várias disciplinas fossem leccionadas em língua estrangeira (inglês em especial); outro em que a matemática e a história passariam a ser obrigatórias para todos nos 12 anos de escolaridade obrigatória; ou, ainda, um em que se valorizasse na formação do estudante as actividades extra-curriculares, o envolvimento na comunidade e a disponibilidade para o voluntariado. Sem esquecer o uso das novas tecnologias enquanto ferramentas incontornáveis de ensino, aqueles temas são verdadeiramente o que interessaria ter em cima da mesa. Mas não é assim…
Uma escola de futuro é um espaço crescentemente integrado no meio em que se encontra, em particular com uma relação directa com o mercado de trabalho. Não é aceitável que apenas na Universidade se criem gabinetes de saídas profissionais nem tão pouco que apenas aí se organizem feiras voltadas para o mundo do trabalho. Esse é um processo que deve começar inexoravelmente mais cedo. Quanto mais cedo melhor.
Até aqui, em Portugal, regra geral, às reformas sucederam-se as contra-reformas propostas pelos diferentes partidos e neste vai-e-vem acabou por se perder muita oportunidade de mudar a sério. A estratégia de varrer para debaixo do tapete – não se muda no secundário esperando que tudo se faça no superior – tem dado maus resultados. Basta atentarmos nos indicadores internacionais…
Enfim, em Portugal, quando se fala em educação valoriza-se demasiado o acessório escondendo o que é realmente essencial.
A nova relação alcançada entre professores e governo é louvável, como todos os acordos profissionais, porém esconde algo muito mais importante que tem sobretudo a ver com a escola do futuro. A tal escola do “Magalhães”. E isso não se pode construir sem os professores. Eles sabem disso. Abusam disso!
Ao menos que deste processo possa resultar como adquirida a virtude da avaliação, independentemente do sector (público ou privado) e classe profissional. Um país pouco exigente consigo mesmo teme a avaliação e, a final, a mediocridade grassa!
É impressão minha ou li este artigo no jornal Diário as Beiras?
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