Foi um privilégio estar em Wembley no passado sábado no concerto dos U2. 90 mil vozes quase sempre em uníssono. Impressionante produção. Bono, The Edge e companhia melhores que nunca. O melhor espectáculo a que assisti!
Ir a um concerto dos U2 é, no meu entender, um acto de cidadania. Não é simplesmente uma opção cultural por boa música - que o é de facto - é muito mais do que isso. Entramos com o desejo e a expectativa de ouvir dos melhores acordes, mas saímos com a consciência de que é possível contribuir para mudar o mundo. Há poucos momentos assim!
Poucos como os U2 têm tido a capacidade de ir além da música. Sair das pautas para o Mundo. Fazer dos acordes gritos de intervenção (v.g. Sunday Bloody Sunday) e de cada concerto uma espécie de manifestação pela solidariedade, pelos direitos humanos, em suma, pela dignidade.
Sábado não fugiu à regra e, por isso mesmo, foram distribuídas máscaras com o rosto de Aung San Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz birmanesa, presa uma vez mais por delito de opinião por ordem de um regime dictatorial e autocrático. Bono discursou e apelou à sua libertação. dedicou-lhe uma música: "One". Uma das mais belas de sempre. Desmond Tutu, o Bispo Sul-Africano, que se notabilizou na luta contra o "apartheid" também teve tempo de antena para apelar à paz e à conjugação de vontades por um mundo melhor, mais justo e mais fraterno.
Afinal de contas, quase duas horas depois, sai-se com a certeza de que os U2 têm uma força mobilizadora superior e que a música pode ser, cada vez mais, uma arma de libertação e de afirmação dos valores mais dignos da humanidade.
Há tanto político que deveria passar por ali para aprender qualquer coisinha...
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