quinta-feira, 20 de agosto de 2009

U2 UM GRITO DE CIDADANIA


Foi um privilégio estar em Wembley no passado sábado no concerto dos U2. 90 mil vozes quase sempre em uníssono. Impressionante produção. Bono, The Edge e companhia melhores que nunca. O melhor espectáculo a que assisti!


Ir a um concerto dos U2 é, no meu entender, um acto de cidadania. Não é simplesmente uma opção cultural por boa música - que o é de facto - é muito mais do que isso. Entramos com o desejo e a expectativa de ouvir dos melhores acordes, mas saímos com a consciência de que é possível contribuir para mudar o mundo. Há poucos momentos assim!


Poucos como os U2 têm tido a capacidade de ir além da música. Sair das pautas para o Mundo. Fazer dos acordes gritos de intervenção (v.g. Sunday Bloody Sunday) e de cada concerto uma espécie de manifestação pela solidariedade, pelos direitos humanos, em suma, pela dignidade.


Sábado não fugiu à regra e, por isso mesmo, foram distribuídas máscaras com o rosto de Aung San Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz birmanesa, presa uma vez mais por delito de opinião por ordem de um regime dictatorial e autocrático. Bono discursou e apelou à sua libertação. dedicou-lhe uma música: "One". Uma das mais belas de sempre. Desmond Tutu, o Bispo Sul-Africano, que se notabilizou na luta contra o "apartheid" também teve tempo de antena para apelar à paz e à conjugação de vontades por um mundo melhor, mais justo e mais fraterno.


Afinal de contas, quase duas horas depois, sai-se com a certeza de que os U2 têm uma força mobilizadora superior e que a música pode ser, cada vez mais, uma arma de libertação e de afirmação dos valores mais dignos da humanidade.


Há tanto político que deveria passar por ali para aprender qualquer coisinha...

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