quinta-feira, 6 de agosto de 2009

DEMOCRACIA DIGITAL XXIV

Esta semana foi tornado público um relatório (Nonius), produzido por um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra/Instituto Pedro Nunes, sobre a segurança na Internet, em Portugal. Os resultados são manifestamente preocupantes.

Os riscos para o sector público e privado são elevados, porquanto um em cada cinco computadores portugueses está vulnerável. O mesmo é dizer que o país está exposto a um eventual ataque que paralisaria as suas principais instituições e empresas. Aliás, tal já sucedeu na Geórgia com consequências devastadoras.

Num país como o nosso, que nos últimos anos, fruto do investimento assumido em inovação tecnológica, info-inclusão dos cidadãos, desmaterialização de processos e modernização das redes, tem subido nos rankings internacionais de digitalização, o risco de exposição tem aumentado na razão directa. Ora, este relatório vem provar que não basta crescer, importa a forma como se evolui.

Os temas da segurança são absolutamente críticos para cidadãos, empresas e estados. As novas tecnologias – e a internet em particular – assentam muita da respectiva credibilidade no grau de confiança que transmitem a utilizadores e destinatários. Uma vez quebrada esta cadeia de fiabilidade (e de valor!) os danos são incomensuráveis. Importa, pois, evitar o mais possível esta eventualidade.

Quando falamos de democracia digital (cujo aprofundamento advogamos sem reservas) estamos a pensar na relevância de tornar a nossa cidadania mais empenhada e exigente, seja através de medidas de “e-government”, aprofundamento de “e-skills”, “e-acessibilidade”, etc etc. Ora, tudo pode ruir num instante se a segurança não estiver acautelada.

Para este desiderato concorrerá, inelutavelmente, o combate à pirataria informática (em Portugal muito está por fazer, visto as taxas serem de 43%!), assim como a adopção por todos (empresas, cidadãos e estados) de produtos com características comprovadamente seguras, não se compadecendo assim com voluntarismos baseados em soluções colaborativas, abertas…cuja fiabilidade é absolutamente questionável.

Por fim, devemos, porventura, equacionar a tendência quase-natural de tudo expormos no mundo virtual, ou seja, das redes sociais à caixa de mensagens estamos a enviar para a “cloud” (nuvem) parte da nossa identidade e do nosso labor. Mas afinal será esse caminho seguro?..

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