Portugal está mal? Está. Mas ainda não perdeu a face nem a dignidade. Somos uma das nações mais antigas do Mundo e, por isso, o respeito é devido.
O Presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz , criticou com desfaçatez o governo de Portugal por apelar ao investimento externo no nosso país, designadamente junto de angolanos.
O Senhor Schulz ou é burro ou anda distraído. Arriscaria dizer que talvez as duas!
Desde quando um político alemão, seja ele de que partido for e tenha mais ou menos peso institucional na Europa, tem legitimidade para se pronunciar sobre as opções diplomáticas de Portugal? Desde quando se arroga no direito de condicionar ou comentar as possíveis parcerias económicas que o governo português deseje realizar? Ora esta!
Mais grave se torna, quando os espúrios argumentos assentam na demagogia mais profunda. Diz o Senhor Schulz que a entrada de capital angolano (ele deveria estar a pensar também no brasileiro, no chinês e em tudo o que não seja europeu) conduzirá ao “declínio de Portugal”. No declínio já nós estamos. E alguns dos (muitos) responsáveis têm assento em Bruxelas, onde o Senhor Schulz passa três dias por semana enlevado em mordomias mil.
Leia-se (com esforço para não sorrir) as deliciosas considerações do Senhor Schulz para criticar o apelo português a capitais estrangeiros: “porque não defendemos o nosso Estado de direito, e o modelo dos direitos do homem, e uma crescente capacidade económica, para desafiar, não só do ponto de vista económico, mas também de democracia política? [...] Se não tomarmos rapidamente esta decisão, a Europa tornar-se-á irrelevante”. Uma vez mais o dito Senhor é burro ou anda distraído.
A Europa é cada vez mais irrelevante do ponto de vista económico. Resta-nos a importância do legado histórico e de alguma tradição social. No mais, foi na Europa que tiveram lugar genocídios perpetrados por conterrâneos do Senhor Schulz, já que veio agora falar de direitos humanos.
Enfim, Portugal só tem uma saída para a crise: internacionalizar o mais possível a sua economia e isso passa por colocar os produtos e empresas portuguesas nos mercados em expansão (que não é o caso europeu) e atrair capital estrangeiro para gerar emprego, o tal que também não vem da Europa. Por tudo isto, o Senhor Schulz perdeu uma boa oportunidade para estar calado.
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