quarta-feira, 8 de setembro de 2010

MAIS DO MESMO!



É sempre assim. Aproxima-se o fim da época balnear e eis que os partidos políticos aproveitam para fazer a dita “rentrée”. Marcam-se comícios, jantares, sessões de lombo assado, universidades de verão e mais “um par de botas”. Parêntesis: reentrada em quê, se eles nunca saem de cena?..

Desta feita, não me deterei no que uns e outros aproveitam para dizer e apregoar este ano. Fica para o Professor Marcelo...Aproveitarei a ocasião para expressar o que eu gostaria de lhes ouvir.

Face ao estado do país e da Europa (que regra geral não vai melhor) seria extraordinamente importante e oportuno não perder muito tempo com discussões estéreis sobre a Revisão Constitucional virtual - sim, porque a mesma para existir tem que ter a concordância formal dos dois maiores partidos, sem isso tudo se resume a coisa nenhuma.

O anúncio de que os principais partidos teriam acordado formal e solenemente na criação de um pacote reformista para os próximos 3 anos seria o melhor presente para o país. Já imaginou?..

No Pontal ou na Pontinha, em Matosinhos ou no Seixal, onde quer que fosse, imaginemos pois que os principais líderes políticos apareciam juntos a elencar um conjunto de medidas para reformar e promover a Justiça, o Emprego, a Educação, a Modernização Administrativa e a Saúde.

E não seria preciso um chorrilho de medidas. Meia-dúzia eficazes seriam o suficiente para mudar muita coisa naquelas cinco áreas essenciais na organização de um Estado e para o quotidiano de um povo. De certeza que, depois disto, as imposições de Bruxelas, os critérios de convergência e os PEC´s perderiam parte do sentido...
Há um tempo para tudo. É assim nas vidas individuais e também no decurso das democracias. Actualmente vivemos uma crise sem precedentes que obrigaria forçosamente a outro tipo de atitude por parte das lideranças partidárias. Impõe-se o consenso alargado, mais que o populismo demagógico e o oportunismo das ideias.
Um dia ouvi que “o consenso é a negociação da liderança”, pois bem ficará na história quem tiver a capacidade de partilhar e de gerar esse consenso, que o mesmo é dizer: liderar.

Nunca esquecer que o povo português é especialmente atento...

Este ano dá-se a particularidade de os candidatos presidenciais também ensaiarem as respectivas aparições. O momento é pré-eleitoral. Ora, excelente oportunidade para compreender como cada um deles – no respeito pelos poderes presidenciais que assentam num modelo de “magistratura de influência” – observa o desafio de mobilizar toda uma nação para sairmos deste impasse perigoso em que nos encontramos. É que, desta vez, ao Presidente não bastará a técnica dos “paninhos quentes” é preciso que seja, em consonância com o governo, um mobilizador de vontades, um poço de energia para apelar às grandezas deste povo.

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