"Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável" (Séneca)
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
É PRECISO TER LATA!
No Brasil, FIFA e Governo iniciaram, a propósito da organização do Mundial de 2014, um “braço de ferro” que sabemos como e porque começou mas ninguém pode, hoje, dizer como vai terminar.
A arrogante FIFA habituada que está a impôr as suas regras junto de governos e estados vê-se agora em dificuldades perante a determinação dos brasileiros em não vergar nalgumas medidas simbólicas. Por exemplo, os idosos e estudantes pagariam apenas meia-entrada, à luz do que está previsto em legislação federal e estadual e habitualmente acontece em espetáculos artísticos e desportivos neste país.
É bom recordar que a FIFA é um ente privado cuja influência e poder desproporcionados não são sindicados por ninguém. Acresce que acima da FIFA – das respetivas práticas e regulamentos – estão as leis nacionais e em especial a constituição, que prevê inderrogáveis direitos sociais. Os senhores da FIFA fazem da lei letra morta e querem impor a sua vontade, ameaçando deslocar o evento para outro país. Veremos, pois, até chega a desfaçatez de Joseph Blatter e companhia!
Recordemos ainda que, por conta de investimentos feitos com dinheiro público (nos estádios, nos aeroportos, nas rodovias,...), a FIFA acumula milhões em lucros privados. Nos últimos quatro anos (com o campeonato da África do Sul incluído) a FIFA teve receitas de 4,190 biliões de dólares – sim isso mesmo! – com acordos comerciais e só em 2010 o lucro da FIFA foi de 202 milhões de dólares, sendo que as reservas económicas passaram para 1,2 biliões. E perante isto ainda se arrogam no direito de querer afastar a possibilidade (legalmente prevista) de idosos e estudantes pagarem meia-entrada?!.. Ora, é preciso ter muita lata!
Coisa distinta seria ter na FIFA um parceiro para o desenvolvimento social, afetando por exemplo uma percentagem dos lucros obtidos a projetos na Educação dos países organizadores dos Mundiais. Isso sim daria da FIFA uma imagem respeitável e prestigiaria o futebol como atividade sócio-económica relevante.
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Parabéns por mais um excelente exemplo!
ResponderEliminarÉ bom ver que existe quem defenda os direitos básicos dos seus, mesmo sendo o caminho mais tortuoso! Excelente lição contra a arrogância da FIFA e organizações similares! Há que estar atento aos resultados desta situação.
Como gostaria de ver esta postura dos nossos "defensores" no âmbito da política!
Abraço